No primeiro ano do governo do presidente Javier Milei, uma onda de medidas avançou de forma expansiva em direção a todos os setores da economia.

Uma série de mudanças regulatórias marcou o mercado farmacêutico da Argentina em 2024. Segundo reportagem do Pharmabiz, a administração do presidente Javier Milei começou o ano com o estabelecimento de um mega decreto de necessidade e urgência (DNU) que revogou a Lei 27.113 , que havia criado a Agência Nacional de Laboratórios Públicos (ANLAP).

Criado em 2014, o órgão tinha o objetivo de promover laboratórios públicos de produção. Com a medida, o país deu amplo apoio à produção privada de medicamentos, retirando completamente do radar a sua fabricação pelo setor público.

OTC dominou discussões no mercado farmacêutico da Argentina

Outra questão polêmica foi a decisão do Ministério da Saúde de alterar o status de alguns medicamentos para OTC, o que obrigou a indústria a reconfigurar todas as suas estratégias comerciais e margens de comercialização. A mega mudança começou em maio com os fármacos da família prazol, que atuam na diminuição da quantidade de ácido no estômago.

Em agosto, a medida foi ampliada, estendendo a referida decisão para as vitaminas A e E, a amorolfina (para tratamento de micoses) e o antiviral aciclovir. E em dezembro, os produtos à base de acetilcisteína (expectorante) também se tornaram MIPs.

Outros temas de grande relevância foram a regulamentação da prescrição eletrônica e a desregulamentação da possibilidade de entrega de medicamentos de alto custo diretamente ao paciente pelas farmácias.

Corte de empregos

A chegada de Milei ao poder não foi suficiente para convencer algumas empresas a permanecerem na Argentina. Redução na estrutura e a venda completa das operações marcaram a movimentação da indústria em 2024. A norte-americana Catalent despediu operadores e técnicos porque viu as suas vendas caírem cerca de 30% em um ano.

A grande queda nas vendas no segmento OTC, no qual a Catalent concentrou sua atuação na produção exclusiva de cápsulas moles, teve um grande impacto. Isto ocorreu em paralelo com o seu processo de venda ao grupo dinamarquês Novo Nordisk, que foi concluído nos últimos dias de dezembro.

E uma das multinacionais que se retirou do país foi a P&G, dona de grandes marcas como Gillette, Pampers, Always, Pantene, Head & Shoulders, Oral-B, Vick e Cebion. A companhia transferiu os seus negócios no país para o grupo Newsan.

A recessão econômica resultou numa queda acentuada de 8% na venda de medicamentos em unidades. Enquanto isso, o colapso foi maior nos MIPs (15,3%), enquanto os de prescrição apresentaram redução 5,6%.

Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/mercado-farmaceutico-da-argentina/

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