Com portfólio de marcas como Loewe, Cartier e Acqua di Parma, companhia fatura US$ 30 milhões
Gestora focada em investimentos alternativos, a Leste acaba de fechar a compra de 49% da Prestige Cosméticos, líder na distribuição de perfumes e cosméticos de marcas de luxo no Brasil. O investimento, cujo valor não foi revelado, foi feito por meio de club deal, que contou com a participação de investidores brasileiros e internacionais, conta Emmanuel Hermann, o fundador e CEO do Grupo Leste que tem mais de 30 anos de carreira em bancos como BTG e UBS.
A transação com a Prestige se encaixa na estratégia da Leste de buscar investimentos em empresas brasileiras com potencial de expansão internacional, especialmente pela América do Norte, com a nova acionista ajudando na evolução de governança e fontes de de financiamento.
É o primeiro investimento da firma na nova vertical de private equity, área sob responsabilidade de Eduardo Karrer e Fabricio Bossle, ambos sócios da Leste baseados nos Estados Unidos. A gestora planeja para o ano que vem o lançamento de um fundo dedicado à estratégia de compra de participação em empresas em fases avançadas de crescimento.
Na Prestige, a Leste vê potencial para a entrada no mercado de distribuição de cosméticos inicialmente no México e no Canadá, segundo os executivos. “A América do Norte é o maior mercado de beleza do mundo e estamos confiantes de que o nosso investimento na Prestige ajudará a reforçar sua expansão na região”, diz Hermann.
A distribuidora de marcas luxo foi fundada há 10 anos pela empresária Evelyse Britto, que trabalhou em empresas como LVMH, juntamente com os sócios Shinji Motoyama e Roberto Thiry. No ano passado, Britto comprou a participação dos demais sócios e terá pela primeira vez um private equity na sociedade.
A meta, com o investimento da Leste, é ampliar o faturamento da empresa, hoje pouco superior a US$ 30 milhões, para US$ 300 milhões em quatro a cinco anos, diz Hermann.
A Prestige iniciou sua operação como distribuidora exclusiva da marca francesa de maquiagem Bourjois Paris, adquirida pela Coty, e hoje comercializa mais de 30 marcas como LVMH, Clinique, Dolce & Gabbana, Salvatore Ferragamo, Bulgari, Tom Ford e Acqua di Parma.
Embora a distribuição de perfumes seja o carro-chefe, a companhia vem diversificando o portfólio, que inclui produtos de cuidados com a pele, como da marca Clinique , Clarins e La Prairie; capilares, com a marca botânica francesa Phyto Paris, além de marcas de maquiagem.
A venda é feita principalmente para canais B2B, como redes de varejo, salões e clinicas de beleza, mas a Prestige também conta com duas lojas físicas de perfumaria multimarcas, a Neeche Haute Parfumerie, localizadas nos shoppings Iguatemi e JK Iguatemi, na cidade de São Paulo.
A Prestige também pretende aumentar as vendas via e-commerce, que hoje representam de 3% a 4% das vendas totais. “Isso deve atrair a parceiras com novas marcas, que hoje preferem ter um posicionamento só no digital”, diz Karrer.
Também fundada há 10 anos, a Leste possui cerca de R$ 11 bilhões sob gestão, com investimentos em fundos de crédito, imobiliário, special situations e venture capital, tendo realizado sete aportes em empresas – entre eles, o investimento feito na Bluefit, rede de academias vendida para o Mubadala no ano passado.
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