Após a recompra dos ativos da Avon Internacional em leilão durante o processo de recuperação da companhia nos Estados Unidos (“Chapter 11”), a Natura &Co retomará o processo de cisão desse negócio.

O presidente da Natura &Co América Latina, João Paulo Ferreira, disse que a prioridade do grupo de beleza é apartar as operações da Avon Internacional. “Todas as possibilidades de separação estão na mesa. O fundamental era concluir [o “Chapter 11”] e, agora, retomaremos a gestão, com o objetivo de separar [a operação] da forma que fizer mais sentido.”

Originalmente, os planos para a Avon Internacional, com atuação em quase 40 países, previam a venda da operação, a busca de um sócio ou até uma eventual listagem desse negócio.

O processo, contudo, foi interrompido em agosto por conta do pedido de proteção contra credores na Justiça de Delaware, nos Estados Unidos. No início deste mês, a Natura &Co recomprou os ativos da API, no âmbito do leilão judicial, sem concorrentes. E esse foi um sinal claro de que a companhia terá dificuldade de passar o negócio adiante.

Questionado pela reportagem, Ferreira afirmou que não foi uma surpresa a Natura &Co ser a única a fazer uma oferta pelos ativos. O executivo também não concordou que a aquisição da Avon, em 2020, foi um passo maior que a perna. “Ousadia e inovação em negócios têm risco, o que não se pode é insistir no erro.”

Ontem, durante encontro com jornalistas, os executivos da Natura &Co destacaram o crescimento de vendas das marcas Natura e Avon no Brasil, além da agenda de lançamentos e estreia em novos canais de venda.

Segundo a companhia, os números na América Latina indicam crescimento de vendas e ganho de rentabilidade. O vice-presidente de negócios, Agenor Leão, afirmou que, no terceiro trimestre, as vendas da Avon cresceram 14%, enquanto as da Natura avançaram 19%. As novidades, desde então, incluem a estreia da Natura no Equador, movimento que reforça a integração regional entre as marcas. A companhia também acelerou seu processo de digitalização e, no último mês, a Avon passou a operar uma loja própria no Mercado Livre, seguindo o caminho da Natura.

A Natura &Co registrou prejuízo de R$ 6,69 bilhões no terceiro trimestre deste ano, após o reconhecimento das dívidas da subsidiária no balanço. A receita da companhia, considerando apenas a divisão de negócios de América Latina, cresceu 18,5% em relação ao terceiro trimestre no comparativo anual, para R$ 6 bilhões. O grupo ainda não divulgou a data de publicação dos resultados do quarto trimestre e do acumulado de 2024.

Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2024/12/12/natura-deixa-para-2025-decisao-sobre-avon-internacional.ghtml

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