Autoridades de saúde da França confirmaram, na última terça-feira, dia 10, a proibição de antigripais que contam com a substância ativa pseudoefederina em sua formulação. Os fármacos passarão agora a ser comercializados apenas mediante apresentação de uma receita médica. As informações são da coluna Viva Bem, da Uol.

A iniciativa foi motivada pela inclusão do princípio ativo na lista de “produtos perigosos”, por estar associado a danos secundários graves como acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e ataques cardíacos.

“Tendo em conta as inúmeras contraindicações, precauções de utilização e efeitos colaterais conhecidos da pseudoefedrina e a natureza benigna do resfriado comum, a Agência Nacional de Segurança de Medicamentos (ANSM) considera que a possibilidade de obter estes remédios sem aconselhamento médico representa um risco muito grande para os pacientes”, diz a decisão.

Proibição de antigripais na França já era esperada

Os possíveis malefícios do descongestionante utilizado no tratamento de gripes, resfriados, sinusites e rinites alérgicas já eram conhecidos há tempos, mas um empecilho jurídico atrasou a definição.

De acordo com as autoridades de saúde francesas, o princípio ativo não foi proibido antes porque, pelas regulamentações europeias, a retirada de uma autorização para comercialização está sujeita ao parecer da Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

A primeira contraindicação por parte da ANSM foi publicada no ano passado, temporariamente diminuindo as vendas desses medicamentos. O raro registro dos efeitos colaterais, no entanto, garantiu que o número de comercializações voltasse a subir meses depois. O país confirma poucos casos anualmente, e ainda não atribuiu nenhuma morte aos antigripais.

Farmacêuticas se mostram contrárias à decisão

Logo após o anúncio da proibição a associação de trade NèreS, que representa 26 farmacêuticas no país, solicitou que as autoridades francesas “reconsiderassem” a decisão, classificando-o como uma “uma medida desproporcional” e “sem dados científicos recentes”.

A federação NérèS defende que “os vasoconstritores à base de pseudoefedrina são utilizados há décadas com uma relação benefício-risco reconhecidamente favorável”, alertando para uma eventual “sobrecarrega desnecessária das práticas médicas, agravando assim os atrasos no acesso aos cuidados de pacientes que sofrem de patologias mais graves”.

A associação alega, também, que a decisão “contradiz as recentes conclusões de especialistas europeus”, que estimaram no ano passado que os tratamentos antigripais em questão não apresentavam riscos suficientes para serem proibidos, ainda que a EMA tenha imposto novas contraindicações.

Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/proibicao-de-antigripais-franca/

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