O Café da Manhã ABRE apresentou no dia 21 de agosto o Estudo Macroeconômico da Embalagem realizado pelo IBRE (Instituto Brasileiro de Economia) / FGV (Fundação Getúlio Vargas) há dezessete anos para a ABRE, trazendo o balanço do primeiro semestre de 2013 e as perspectivas para o segundo semestre. O evento organizado pela Associação contou com o patrocínio da Artecola, Braskem, Ibema, Fispal Tecnologia, Papirus e Tetra Pak, além de ter o apoio da GS1 Brasil e da Apex-Brasil.
Salomão começou a apresentação demonstrando que a produção física de embalagem cresceu 2,66% no primeiro semestre de 2013 em comparação a igual período de 2012, mas mencionou que o desempenho não foi uniforme ao longo do tempo. O resultado final do primeiro semestre foi impulsionado pela expansão de 4,81% registrada no primeiro trimestre do ano. Já no segundo trimestre, o indicador cresceu apenas 0,56%.
De acordo com Quadros, a desaceleração que ocorreu no segundo trimestre pode ser atribuída a um ajuste do setor, que depois de um forte crescimento nos três primeiros meses do ano e formação de estoques excedentes, teve que ‘pisar no freio’, o que determinou um fraco desempenho no intervalo seguinte. Entretanto, esta desaceleração não significa que o setor deixará de crescer, mas que apenas o fará em ritmo mais lento do que no primeiro semestre.
A trajetória dos bens de consumo semi e não duráveis – principais usuários de embalagem – corrobora a perspectiva que a indústria de embalagem não deve deixar de crescer, já que os bens de consumo passaram de uma queda de 3,6% na produção no primeiro semestre, para uma elevação de 2,5% no segundo. Outra evidência de possível crescimento na produção é que a taxa de crescimento do número de pessoas ocupadas avançou continuamente de 0,48% em janeiro para 1,83% em junho.
Contudo, outros fatores, como o arrefecimento de alguns setores produtivos, a diminuição da confiança dos consumidores e indústrias na economia, a alta do dólar e juros, a contenção dos serviços administrativos (energia elétrica, transporte, etc.) e o limite das desonerações tributárias impactará para a moderação do avanço do setor no segundo semestre.
Outro fator destacado por Quadros para um crescimento menor no segundo semestre neste ano no setor de embalagem é que a base de comparação do segundo semestre de 2012 é elevada, já que nos seis primeiros meses de 2012 ocorreu uma queda de 3,99% na produção, recuperada parcialmente num crescimento de 1,6% de julho a dezembro, fechando o ano de 2012 com uma retração de 1,19% na produção.
Dentro deste contexto e considerando que a base de comparação – segundo semestre de 2012 – é elevada, a produção da indústria de embalagem deve crescer 1% no segundo semestre de 2013, muito próxima da estimativa inicial apresentada por Quadros em fevereiro deste ano que previa uma expansão de aproximadamente 2,5% no primeiro semestre e de até 1,5% no segundo semestre.
No ano de 2013 a indústria de embalagem deve apresentar um crescimento 2% em volume de produção e obter receitas próximas a R$ 50,4 bilhões – uma expansão de 7,9% em relação aos R$ 46,7 bilhões do ano passado. Quadros explicou que esse descolamento do faturamento em relação à produção se deve a uma inflação industrial e a alta do dólar que influenciarão nos preços das embalagens impactando diretamente o faturamento do setor.
O emprego no setor também apresentou resultados positivos, já que nos últimos doze meses (junho de 2012 a junho de 2013) houve recuperação de 4.115 postos de trabalho, após perda de 798 empregos entre junho de 2011 a junho de 2012, apresentando em junho de 2013 um total de 228.368 empregados no setor. A previsão é que o setor encerre o ano com aproximadamente 230 mil postos de trabalho.
No primeiro semestre de 2013 as exportações diretas do setor de embalagem tiveram um faturamento de US$ 220,5 milhões. Este valor representa uma retração de 11,73% em relação ao primeiro semestre de 2012. As embalagens plásticas representam 39,43% do total exportado, seguidas pelas embalagens metálicas com 26,96% na segunda colocação. Já as embalagens de papel, cartão e papelão ficaram no terceiro lugar, correspondendo a 24,25% do total exportado, seguidas por embalagens de madeira (3,39%) e vidro (2,96%).
Já as importações tiveram um crescimento de 6,57% na comparação com o primeiro semestre de 2012, movimentando um total US$ 438,2 milhões. O setor de plásticos corresponde a 56,77% do total importado, seguido por embalagens de vidro (15,60%) e papel, papelão e cartão (13,90%).
Para encerrar, Quadros ressaltou que apesar de identificar algum enfraquecimento da demanda no setor de embalagem, o resultado deste ano será positivo com crescimento na produção e faturamento, com um segundo semestre apresentando um crescimento mais moderado. Explicou também que a desvalorização cambial pode favorecer o setor pelo incentivo as exportações e redução das importações.
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