Nem só gasolina, energia elétrica ou gastos com educação aparecem entre os maiores vilões da inflação
Nem só gasolina, energia elétrica ou gastos com educação aparecem entre os maiores vilões da inflação. O preço do perfume subiu 7,50% em fevereiro e foi a terceira maior pressão individual para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A alta do preço de perfume em fevereiro ocorre depois de uma queda de 5,86% em janeiro. Segundo o gerente do IPCA, Pedro Kislanov, o movimento reflete o retorno aos preços após promoções das grandes redes de perfumes nacionais no início do ano.
O subitem perfumes engloba tanto marcas nacionais, quanto internacionais, mas o peso é maior das primeiras. Ele explica que o comportamento mensal acaba seguindo as políticas de preços das grandes empresas nacionais que atuam no setor.
“A variação acaba sendo muito afetada pela política de preços das grandes marcas nacionais de perfumes, que detém grande parte desse mercado. Quando fazem promoções, geralmente observa queda mais expressiva no item perfumes. Quando voltam ao preço original, tem alta mais expressiva”, afirma.
Para o IPCA de fevereiro, o impacto da alta do perfume foi de 0,08 ponto percentual da taxa de 0,84% do IPCA geral. Isso significa que, se o preço do perfume tivesse se mantido estável em fevereiro, o IPCA teria subido 0,76%.
O impacto de determinado item no comportamento da inflação geral depende da combinação de dois aspectos: a variação do preço e o peso que esse produto tem no cálculo do indicador.
E o peso de cada item no IPCA varia conforme sua importância no orçamento das famílias. Produtos como energia elétrica e gasolina costumam aparecer com frequência entre as maiores pressões para a alta de preços porque têm relevância na cesta de consumo das famílias.
A gasolina, por exemplo, é o subitem com maior peso no IPCA, de quase 5% (4,64%) em fevereiro. No caso do perfume, a alta de preço expressiva (7,50%) em fevereiro acabou puxando sua maior influência para a inflação no mês, apesar de o item ter um peso menor no IPCA (de 1,01%).
Mais forte que o impacto do perfume na inflação de fevereiro foi observado em dois subitens dentro do grupo educação: ensino fundamental (com alta de 10,06% e influência de 0,15 ponto percentual) e ensino superior (alta de 5,22% e influência de 0,08 ponto percentual). Essa pressão maior dos gastos com educação é tradicional nos meses de fevereiro,
Nesse mês de fevereiro, gasolina e energia elétrica também aparecem entre as maiores pressões para a inflação, embora com impacto menor que o do perfume. O preço da gasolina subiu 1,16% e respondeu por 0,03 ponto percentual do IPCA. Já a energia elétrica teve alta de 1,37% do preço, com influência também de 0,03 ponto percentual.
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