Expectativa é de que o segmento apresente bons resultados, frente à crise mundial e às intervenções do governo

Em 2012, ano instável na economia mundial e com sucessivas intervenções do governo Dilma em alguns setores da economia, o setor de consumo foi um dos principais destaques da bolsa brasileira. E, segundo analistas ouvidos pelo InfoMoney, 2013 ainda traz boas perspectivas para os papéis voltados para este setor. Com uma taxa de desemprego muito baixa e um aumento na massa salarial, o brasileiro tem mantido o consumo aquecido, e quem se beneficia dessa alta demanda são as empresas do ramo, assim como os investidores dessas companhias.
“Se esse quadro se mantiver estável (baixa taxa de desemprego e renda elevada), tudo indica que o setor deve ter um bom desempenho neste ano”, comenta o analista da SLW, Pedro Galdi. Outro fator a ser considerado como positivo é que muitas empresas do segmento não são afetadas por notícias pessimistas de outros mercados como o da China e da Europa, o que é positivo em um cenário que ainda carrega certa incerteza com a economia global.
Considerando que o segmento deve se manter atrativo em 2013, o portal InfoMoney consultou 4 analistas sobre as ações que devem despontar em meio a esse cenário positivo. Confira as sugestões:

Natura deve se destacar no setor de consumo com perspectivas de crescimento (Divulgação)
Natura deve se destacar no setor de consumo com perspectivas de crescimento (Divulgação)

Hypermarcas (HYPE3) – Com a maior alta de 2012 (95,53%) as ações da companhia ainda devem trazer bons resultados neste ano, conforme avalia o analista da Empiricus, Rodolfo Amstalden. Ao mudar sua estratégia de negócios e se concentrar em produtos farmacêuticos e cosméticos, ele aponta que a empresa conseguiu acertar a mão e está colhendo os frutos dessa medida, como pode ser visto no resultado do ano passado.
Além disso, a Hypermarcas realizou uma série de aquisições e um forte processo de desestocagem há algum tempo, o que culminou em uma geração de fluxo de caixa operacional mais sustentável.
Restoque (LLIS3) – A Restoque, dona das varejistas Le Lis Blanc, Jhon Jhon, Bo.Bô e Noir também foi sugerida por Amstalden, com expectativa de melhoras expressivas em seu negócio. “A empresa sofreu um pouco por ter acelerado demais seu processo de expansão e ter ido além de um negócio sustentável, mas ela já aprendeu a lição e as lojas abertas nos últimos anos devem trazer bons resultados”, afirma.
O analista também aponta que a companhia tem um forte payback, isso é, seu lucro líquido acumulado para cobrir o investimento inicial se dá de maneira muito rápida, o que lhe proporciona uma receita interessante.
BR Malls (BRML3) – Mais especificamente no setor de shoppings centers, a BR Malls é líder em seu segmento quando analisadas as métricas de aumento de top line (receita) e em suas margens, aponta Amstalden. Também contam a seu favor sua boa taxa de ocupação e sua proteção contra a inflação. “A empresa deve se manter bem posicionada nesse cenário em que ela é líder no ramo em que atua”, complementa.
Natura (NATU3) – Para o analista da Geral Investimentos, Carlos Muller, a empresa de cosméticos deve continuar como boa opção em 2013, apesar da queda verificada neste início de ano. Muller lembra que a renda dos brasileiros cresceu nos últimos anos e aponta que o enfraquecimento da economia não interfere em suas vendas.
“Além da possibilidade de crescimento que a empresa apresenta, ela trabalha com produtos de ticket relativamente baixos e é uma boa pagadora de dividendos”, complementa o analista da Geral.
Lojas Renner (LREN3) – A rede varejista foi a outra ação apontada por Muller para este ano, dentro do setor de consumo. De acordo com o analista, a Renner já havia obtido um ótimo desempenho no ano passado com a reforma de suas lojas antigas e com a abertura de novas, e a companhia indica que deverá continuar com seus planos de expandir a marca.
Investimentos em distribuição e sistemas também permitiram uma alocação mais eficiente das mercadorias, com a abertura de um centro de distribuição, o que deve surtir efeitos positivos no papel da Renner.
Pão de Açúcar (PCAR4) – Após mostrar resultado não tão bom no ano passado, quando comparada a seus pares, a rede de supermercados deverá ficar livre de algumas amarras que antes dificultavam seu deslanche, segundo o analista da SLW, Pedro Galdí. E esse desprendimento tem como principal causa a venda de boa parte das ações preferenciais de Abílio Diniz, ex-presidente da empresa, que passará a ter uma participação bem menor.
Outros pontos que contam a favor do Pão de Açúcar são seu caráter defensivo e as boas perspectivas para seu segmento de bens duráveis, representada pela Via Varejo, decorrente de sinergias a serem adquiridas pela empresa.
Ambev (AMBV4) – A última sugestão é do analista da Walpires Corretora, Leandro Martins. Por se uma empresa líder no segmento no qual atua (bebidas) e considerando que o consumo de bebidas é costume de grande parte da população brasileira, as ações da companhia ainda devem mostrar uma boa performance.
“Por mais cara que a Ambev fique, ela possui um movimento corretivo, o que deixa seus papéis saudáveis. Além disso, as ações da empresa têm apresentado bastante liquidez e boas tendências gráficas”, pontua Martins. Adicionalmente, a empresa não é afetada por notícias pessimistas que vêm de outros países que estão vivenciando a crise mundial.

Fonte: http://www.infomoney.com.br/onde-investir/acoes/noticia/2668856/varejo-ainda-destaca-analistas-indicam-acoes-setor

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