Um estudo sobre a indústria química, financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), aponta oportunidades para beneficiar em US$ 1 bilhão a US$ 1,5 bilhão ao ano a balança comercial do setor de cosméticos e higiene pessoal no longo prazo. A projeção considera o retrato potencial do setor em 2030.
O levantamento, elaborado por um consórcio da Bain & Company com a Gas Energy, destaca três oportunidades para o desenvolvimento da indústria de beleza: a produção nacional de desodorante em aerossol, o aumento da participação brasileira nas exportações regionais e o desenvolvimento de produtos a partir da Biodiversidade local.
No ano passado, a indústria de cosméticos e higiene pessoal registrou déficit comercial de US$ 412 milhões. Na indústria química em geral, as importações superaram as exportações em US$ 32 bilhões.
A migração da produção de desodorantes em aerossol para o Brasil – que e importa as versões em aerossol da Argentina onde o gás propelente (butano e propano, responsável pela dispersão do produto) é abundante e subsidiado – e o aumento da capacidade produtiva para elevar a exportação regional de cosméticos demandaria investimentos de US$ 600 milhões e US$ 1,25 bilhão na indústria.
Para colocar essas ações em prática, no entanto, o setor esbarra em desafios como a baixa competitividade da matéria-prima petroquímica e a dificuldade de exploração da Biodiversidade local, apontada como uma vantagem competitiva no estudo, mas dificultada pelo processo de registros e procedimentos necessários.
De acordo com a Associação Brasileira de Aerossóis (Abas), dos 400 milhões de desodorantes em aerossol comercializados no Brasil no ano passado, 89% foram importados. A Unilever, dona das marcas Rexona, Axe e Dove, lidera a categoria.
Segundo a Abas, o país já está preparado para a produção local. Fabricantes de tubos de alumínio e de válvulas se instalaram no país nos últimos anos e o país tem inclusive propelente de qualidade.
O estudo faz parte do plano Brasil Maior e busca propor uma agenda para os setores público e privado. O setor de cosméticos está no grupo de prioritários e entre os considerados muito interessantes pelo forte crescimento e presença de empresas nacionais disputando o setor.
O BNDES desembolsou R$ 225 milhões ao setor de cosméticos em 2013.
Fonte:http://www.cosmeticosbr.com.br/conteudo/noticias/noticia.asp?id=3591
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