Vera Valente, gerente-geral da Quintiles: “Nosso papel é desenvolver estratégia de divulgação de produtos para o setor”

A empresa americana Quintiles quer ampliar sua participação no Brasil. A companhia, que trabalha nos bastidores do setor farmacêutico, é especializada em realizar estudos clínicos para os grandes laboratórios globais com operação dentro e fora do país. A multinacional pretende agora atuar no pelotão de frente para traçar estratégia para a divulgação dos medicamentos dessas companhias no mercado nacional.
Esse trabalho é realizado pelo propagandista – personagem clássico da indústria farmacêutica. Os laboratórios contratam um verdadeiro exército para visitar todos os dias médicos de diversas
especialidades para fazer a divulgação dos medicamentos da companhia que está representando. O papel da Quintiles é fazer a mesma coisa, mas com uma equipe própria, tirando do laboratório essa responsabilidade. “Nossa expertise inclui o recrutamento, treinamento até a entrega da melhor solução que pode ter determinado produto no mercado”, disse Richard Pilnik, presidente global da área comercial da Quintiles.                                                   Para desenvolver essa operação no Brasil, a multinacional americana contratou a executiva Vera Valente, ex-gerente-geral de medicamentos genéricos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ex-presidente da Pró Genéricos (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos). “Nosso papel é desenvolver estratégia de divulgação de produtos para as indústrias do setor”, disse.
“Criamos estratégia para promover produtos novos e maduros. É muito comum em processos de aquisição uma farmacêutica herdar produtos que não têm relação com seu tradicional portfólio.
Então, buscamos soluções, que incluem até parcerias com outras farmacêuticas, desde que não sejam concorrentes, para a promoção de produtos”, disse a executiva. Laboratórios de pequeno e médio portes, sem infraestrutura para abrigar uma força de vendas, também estão no foco da
multinacional.
Criada há 30 anos, o carro-chefe da Quintiles é sua atuação na fase de estudos clínicos de desenvolvimento de um medicamento), com a participação em todos os processos que envolvem monitoramento, desenvolvimento de protocolos, recrutamento de pacientes. No Brasil, a empresa
está presente há dez anos. A área comercial do grupo foi fundada em 1998 no mundo, mas no Brasil essa unidade deverá entrar em operação este ano, considerando o potencial do mercado brasileiro, que movimenta R$ 50 bilhões anuais em vendas de medicamentos.
“Trabalhamos para que as farmacêuticas se concentrem em seu ‘core business’, que é a parte estratégica do negócio”, disse Pilnik, brasileiro radicado nos Estados Unidos, com quase 30 anos de experiência no setor farmacêutico, das quais 25 anos na americana Eli Lilly.
Tradicionalmente, a indústria farmacêutica investe de 15% a 20%, em média, de suas vendas brutas na área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). “Cerca de 30% desses gastos são terceirizados”, afirmou o executivo.
De acordo com Pilnik, dos 50 maiores medicamentos comercializados no mercado internacional, a Quintiles trabalhou com todos eles em alguma parte do seu processo de desenvolvimento. “Temos pelo mundo 150 médicos especialistas em várias classes terapêuticas. Nossa equipe conta com 450 enfermeiras, 1.380 gerentes de projeto, 6 mil representantes de vendas e 25 mil funcionários espalhados pelo mundo”, afirmou.
Embora preste serviço para laboratórios, a americana não se define como uma empresa de terceirização. “Somos parceiros. Colocamos nossa margem risco porque que acreditamos nos projetos”, disse Pilnik.

Fonte: http://www.valor.com.br/empresas/3034830/quintiles-disputa-espaco-no-pais-com-propagandistas

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