A Coty, fabricante de perfumes que não conseguiu comprar a Avon por US$ 10,7 bilhões em 2012, vai tentar novamente fazer uma oferta pública inicial de ações que pode ser a maior de uma companhia de varejo de consumo nos Estados Unidos desde a abertura de capital da grife de moda Michael Kors em 2011.

A Coty vai tentar levantar US$ 700 milhões a partir de junho, para aproveitar o apetite de investidores por novas listagens nos Estados Unidos em um momento em que o índice Standard & Poor’s passou a um patamar recorde, afirmam pessoas próximas ao assunto. A Coty preferiu não comentar.

A decisão chega após uma série de contratempos para a Coty, que possui receitas anuais de US$ 4,6 bilhões com o licenciamento de fragrâncias para casas de luxo como Bottega Veneta e Calvin Klein e algumas das maiores celebridades do mundo, incluindo David Beckman e Beyoncé.

Apesar do apoio público de Warren Buffett, da Berkshire Hathaway, a Coty, que possui uma fatia de 82% de Joh. A Benckiser, a holding da família alemã Riemann, abandonou a oferta pela Avon em maio de 2012, após a empresa de vendas diretas de cosméticos repetidamente rejeitar suas propostas.

A Coty tinha organizado financiamentos da Berkshire Hathaway e do JP Morgan.

Nos meses seguintes, a companhia teve um período tumultuado, marcado por turbulências na gestão, uma oferta pública adiada e grandes baixas contábeis no valor de duas aquisições feitas em 2010.

Bernd Beetz, que transformou a companhia em uma das maiores fabricantes de cosméticos do mundo, aposentou-se inesperadamente como presidente-executivo e foi substituído por Michele Scannavini, um executivo da Coty e antigo diretor da marca de artigos esportivos Fila.

Semanas depois de Scannavini assumir, a Coty culpou um mercado desfavorável para ofertas e mudanças de gestão pelo adiamento da abertura de capital.

Em uma série de documentos regulatórios, a Coty revelou US$ 573 milhões em baixas contábeis relacionadas com a compra de US$ 352 milhões da TJoy, um grupo chinês de cuidados para a pele, e a aquisição de US$ 930 milhões da Philosofy, marca também de produtos para a pele.

As baixas contábeis levaram a Coty a um prejuízo líquido de US$ 324 milhões no ano fiscal de 2012, ante ganhos de US$ 61,7 milhões em cada um dos dois anos anteriores.

Uma pessoa familiar às negociações afirmou que a Coty fez auditorias insuficientes antes de fechar as duas aquisições e chamou ambos os negócios de “maçãs ruins”.

A nova tentativa de uma oferta inicial chega quando o lucro líquido da companhia aparentemente começa a melhorar. Nos seis meses até 31 de dezembro, a Coty reportou ganhos de US$ 210 milhões, alta de 5,8% em relação a um ano antes.

Uma listagem bem-sucedida pode oferecer uma saída para o grupo Benckiser e os acionistas minoritários, incluindo as firmas de investimentos Berkshire Partners e Rhône Group.

Beetz, que permaneceu no conselho de administração da companhia, possui 3,7% das ações da Coty. Ele recebeu uma remuneração total de US$ 56 milhões nos dois últimos anos como presidente-executivo e mais US$ 44 milhões de aposentadoria, segundo documentos.

A marca de vestuário Michael Kors levantou US$ 1,1 bilhão na abertura de capital em 2011.

O Bank of America Merrill Lynch, JP Morgan Chase e Morgan Stanley coordenam a oferta de ações.

Fonte: http://www.valor.com.br/empresas/3114978/coty-se-prepara-para-fazer-oferta-de-acoes-em-junho#ixzz2ShYZ3Ei

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