Quinze minutos no micro-ondas e pronto. As refeições congeladas, como lasanhas, macarrões, pizza, sanduíches, caíram no gosto e no bolso de quem não tem muito tempo de ir para a cozinha ou pouca intimidade com o fogão. Pesquisa nacional feita pelo Ibope, a pedido da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), traçou o perfil do consumo de alimentos no Brasil. O estudo identificou que as prioridades dos consumidores são conveniência e praticidade.

Pensando em agradar seus clientes, os supermercados têm investido cada vez mais na área de frios. Os alimentos congelados ou semiprontos já representam 60% do investimento no setor da rede de supermercados RM Express. O gerente da loja localizada no bairro de Santo Amaro, área central do Recife, Eliezer Domingos, afirma que o consumo desse tipo de alimento é comum entre solteiros e casais muito atarefados e sem muito tempo para cozinhar.

“O setor de frios e congelados é um dos que vêm numa crescente, inclusive nos últimos seis meses, quando as pessoas têm tentado economizar. Atenta a isso, a empresa, inclusive, vem investido muito nessa área, oferecendo diversidade de marcas e sabores para os clientes”, comentou o gerente da loja. Segundo Eliezer, as lasanhas são as queridinhas dos que consomem alimentos congelados. Seguidos das demais massas, como penne, ravioli, capeletti. As pizzas também são muito procuradas pelos clientes que, em geral, vão ao supermercado diversas vezes no mês para fazer compras de produtos semiprontos.

Morando sozinho há cerca de três anos, o técnico em laboratório André Ferreira, 33 anos, conta que encontrou nas refeições congeladas uma forma rápida e econômica de almoçar. Ele sabe que a opção não é a mais saudável do ponto de vista nutricional, mas garante que não exagera. “Eu até gosto de cozinhar, mas não tenho muito tempo durante a semana. Em geral, eu levo alguma massa para almoçar, até porque, se fosse fazer essa refeição num restaurante perto do trabalho, ficaria pesado no orçamento”, contou. Os alimentos congelados representam cerca de 15% da feira mensal de André Ferreira.

Segundo ele, enquanto um prato semipronto custa, em média, R$ 7, um almoço simples em um restaurante não custa menos de R$ 12. “Além de ser rápido e prático, chega a ser saboroso. O cuidado que tenho com os congelados é evitar comer em outros momentos, em casa, por exemplo, quando tenho tempo de preparar algo mais saudável”, pontuou.

Para a nutricionista Edileide Freitas, que atua como professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), os congelados industrializados não são tão prejudiciais quanto se imagina. “Tudo depende de como e quanto se come esse tipo de congelado. É preciso ter mais atenção com os alimentos mais gordurosos, como as lasanhas que contêm queijo. Fora isso, esse alimento pode ser consumido. É bom ficar de olho nos nutrientes que ele pode oferecer”, explicou a especialista.

Ainda de acordo com a nutricionista, a alimentação diária deve ser diversificada, tornando o cardápio mais rico. Além disso, é necessário que cada refeição contenha nutrientes como proteínas, vitaminas, minerais e hidrato de carbono. “Os alimentos congelados conseguem reter seus nutrientes por bastante tempo. O cuidado é com a forma de preparo daquela comida que será congelada. No caso dos industrializados, não há muitos problemas, a atenção é maior quando fazemos em casa para guardar”, avaliou Edileide Freitas. A dica da nutricionista é ler as informações nutricionais na embalagem e ficar atento ao prazo de validade.

Já segundo a gerente industrial da empresa alimentícia Superbom, Cristina Ferreira, com a crescente preocupação do mercado com as pessoas que moram sozinhas, não há desculpas para uma alimentação incorreta e carente de nutrientes. “Cada vez mais a indústria busca atender às necessidades desse público, que deseja combinar conforto, qualidade e saudabilidade em cada refeição”, destacou.

Fonte: http://www.abre.org.br/noticias/alimentos-congelados-conquistam-consumidores-na-correria-diaria/

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