A Vigor Alimentos, empresa de lácteos da J&F – holding que controla a JBS — culpou as despesas com marketing pelos piores resultados registrados pela companhia no primeiro trimestre. A empresa divulgou balanço trimestral no fim da noite de ontem. Mesmo com uma elevação de 11,7% no faturamento líquido no primeiro trimestre, a Vigor viu seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) cair 42,9% na comparação com os primeiros três meses do ano passado, para R$ 13,8 milhões. A margem Ebitda da empresa também recuou, de 7,6% para 3,9%. O lucro líquido caiu de R$ 22,3 milhões para apenas R$ 1,4 milhão.
Entre janeiro e março, as despesas com vendas da Vigor totalizaram R$ 81,5 milhões, alta de 49,6% ante os R$ 54,4 milhões registrados no mesmo intervalo de 2012. Em relatório, a empresa justifica o avanço das despesas com vendas como uma ação “fundamental para fazer frente aos lançamentos da categoria lácteos”, citando o investimento feito para impulsionar as vendas do iogurte “Grego”. De maior valor agregado, o produto é uma das apostas da Vigor. De fato, o investimento em produtos de maior valor agregado surtiu efeito. No primeiro trimestre, a receita líquida por tonelada vendida da categoria lácteos (que inclui os iogurtes) cresceu 16,4% na comparação anual, para R$ 6,3 mil por tonelada.
“Tivemos um investimento desproporcional para tonar o iogurte Grego uma referência”, afirmou o CEO da Vigor, Gilberto Xandó, em entrevista ao Valor. Agora, diz ele, a principal etapa desse investimento já foi feita. Hoje, a Vigor detém, segundo Xandó, 68% do mercado paulista de iogurtes na categoria “grego”, também disputada pelas multinacionais Nestlé e Danone. Com a liderança no mercado consolidada, o investimento em marketing “deve cair de forma importante”, reconheceu o executivo. Mas a área de marketing não foi a única responsável pelo pior desempenho da Vigor. Os custos com frete e armazenagem, parte do item despesas com vendas, também prejudicaram os resultados, informa o relatório da companhia. A perspectiva da empresa, no entanto, é de queda nos custos de frete e armazenagem, devido à recente inauguração de um centro de distribuição no município de Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo.
Outro item que também pesou sobre os resultados da Vigor foram as despesas gerais. No primeiro trimestre, essas despesas cresceram 42,9% na comparação anual, para R$ 19,8 milhões. Neste ano, contudo, não há sinais de que elas vão diminuir, já que a Vigor considera que esse é um “novo patamar” de despesas gerais e administrativas.“Esse aumento ocorreu, principalmente, em função da criação ou reformulação de áreas funcionais da companhia, além da constituição do conselho de administração e outros órgãos de governança”, informa o relatório.
Fonte: http://www.valor.com.br/agro/3125622/despesas-com-marketing-minam-resultado-da-vigor-no-1
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