O presidente da Brasil Pharma, Andre Sá, disse hoje em teleconferência com analistas que o primeiro trimestre “foi o mais desafiador” para a companhia desde a abertura de capital, em junho de 2011. A empresa publica resultados há oito trimestres consecutivos. “Foi mais fraco que o esperado”, disse. “Tivemos menos clientes nas lojas e decidimos nos posicionar e sermos mais agressivos em preços, dando descontos em remédios e segurando reajustes de higiene e beleza”, disse. “A economia como um todo teve um primeiro trimestre mais difícil. Mas os fundamentos da empresa continuam sólidos e continuamos otimistas. Acreditamos que mostramos resiliência”, disse Sá. Segundo o executivo, a empresa teve menos clientes circulando nas lojas nesse começo de ano. “Se no último trimestre de 2012, o resultado veio de 75% em fluxo de consumidores na loja e 25% foi de aumento no valor do tíquete, agora 75% veio do maior tíquete e só 25% veio do aumento do fluxo.” A receita líquida da BR Pharma subiu 62,8% para R$ 749 milhões, mas o prejuízo foi de R$ 7 milhões de janeiro a março, contra R$ 6 milhões no mesmo período de 2012.
Em relação ao desempenho mês a mês neste ano, Sá disse que o início do ano começou bem, março foi ruim e abril foi um mês “forte”. “Março foi o mês que mais sentimos a queda de clientes”. Como consequência da decisão de ampliar descontos nos produtos, a margem da empresa bruta caiu. “Isso pode ser visto pelo mercado como preocupante, mas entendemos que era a decisão a ser tomada e isso não nos preocupa porque não vemos movimento irracional de competição no mercado daqui para frente”, disse. A margem bruta da empresa caiu de 30,2% de janeiro a março de 2012 para 28,6% no mesmo período de 2013.
O executivo reforçou que o projeto de integração de negócios adquiridos continua sendo implementado e que todas as redes compradas foram 100% incorporadas à companhia. Quando isso ocorre, a holding absorve a empresa adquirida. A empresa incorporada deixa de existir. Maior rede de farmácias do país em número de pontos, a companhia sentiu um reflexo de diversos fatores em seus resultados de janeiro a março. Além de uma venda mais fraca que o esperado pela companhia, houve um maior número de feriados no primeiro trimestre – que historicamente afeta vendas em farmácias. Sobre inflação, a empresa diz que não está “muito preocupada com isso” porque não entende que a inflação afete a demanda por medicamento, produto vendido por razões de necessidade.
O presidente da companhia ainda reforçou que houve pressão de custos nesse começo de ano e isso afetou o resultado final de janeiro a março. Houve uma subida de preços de terrenos e a empresa também decidiu abrir lojas de forma mais “cirúrgica”. A companhia vai analisar as aberturas de forma cuidadosa, “mesmo que signifique abrir menos lojas”, disse Sá. “A procura por ponto não pode ter ansiedade.”
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