O mercado de produtos orgânicos dá sinais de que não está sentindo os efeitos da patinação da economia brasileira. A expectativa é de que o setor mantenha o ritmo de crescimento anual entre 25% e 30% em 2015, mesmo número alcançado no ano passado.
As exportações devem bater recorde e atingir o montante de US$ 280 milhões – 12% superior ao exportado em 2014 (US$ 250 milhões).
No Brasil, o faturamento do setor chegou a ultrapassar a marca de R$ 2 bilhões no ano passado. A estimativa é de que este ano o número salte para R$ 2,5 bilhões. Os dados são do coordenador executivo do projeto OrganicsBrasil, Ming Liu, que hoje conta com 60 empresas especializadas na produção de produtos orgânicos.
“Desde 2011, quando o mercado de orgânicos foi regulamentado no país, o nosso crescimento anual tem ficado nessa margem entre 25% e 30%. Apesar da crise econômica, a tendência que observamos até o momento é de que o setor vai continuar a crescer no mesmo ritmo”, diz Liu.
Segundo ele, esta é uma tendência global, já que o mercado de orgânicos tem crescido em todo o mundo. Apesar de alguns atrasos, Liu acredita que o Brasil tem potencial para competir com outros países. “O produto brasileiro é muito demandado, muito em conta do apelo que o país tem pela sua biodiversidade. Lá fora, eles são bem valorizados.”
Um das barreiras que o produtor brasileiro encontra quando decide exportar é a certificação. Cada item usado na produção é fiscalizado. Por isso, os que demandam de muitos ingredientes têm mais dificuldade para serem aprovados.
“A operação acaba ficando inviável, pois fica muito complexa. Um exemplo é a barra de cereal. Ela é feita com diversos ingredientes diferentes e cada um deles tem de obter a certificação de que é, de fato, orgânico. Ao contrário do açúcar, por exemplo, que é um item só e tem mais facilidade para ser aprovado”, explica Liu. Desde 2011, as certificações são regulamentadas pelo Ministério da Agricultura.
O produto orgânico mais exportado hoje pelo Brasil é o açúcar. Só a brasileira Native responde por 33% de toda produção mundial de açúcar orgânico. A sacarose, produzida em Sertãozinho (SP), é enviada para mais de 30 países. “De nossa produção, 90% são voltados para exportação. Isso dá algo em torno de 50 mil toneladas ao ano”, diz Hélio da Silva, gerente comercial da Native.
Fonte: http://www.abre.org.br/noticias/organicos-mantem-ritmo-alto-de-crescimento/
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