A Burberry dissipou preocupações com o desaquecimento mundial das vendas de produtos de luxo. Sua receita do segundo semestre superou as expectativas dos analistas, com um sólido desempenho na China.

As ações do grupo, que compõe o índice FTSE 100, chegaram a subir 8% ontem. Os investidores se mostraram aliviados com a solidez dos números, divulgados apenas um dia após a concorrente francesa LVMH ter informado vendas mais fracas do que o previsto, atribuídas ao desaquecimento observado na China. As lojas do grupo britânico na China, pelo contrário, foram beneficiadas por um aumento de dois dígitos no período de seis meses, até 31 de março.

Angela Ahrendts, CEO do grupo, citou “inovação do produto”, intensificação do marketing e melhoria do atendimento ao cliente durante o Natal e o Ano-Novo Lunar como as principais causas do vigoroso desempenho.

As vendas em toda a Ásia subiram 15,5%, para 447 milhões de libras esterlinas, uma vez que os efeitos da movimentação fraca de clientes foram neutralizados por uma melhor taxa de conversão cambial e pelo aumento dos valores médios das transações. A Burberry continuará sua investida sobre a China, que inclui a abertura de três novas lojas em Xangai. A Ásia responde por 42% da receita do grupo – era 40% em 2012.

Angela advertiu que a economia mundial “continuará difícil”. Em contraste com o sólido crescimento da Ásia, a Burberry divulgou expansão no limite inferior da casa dos dois dígitos nos EUA e desempenho inalterado na Europa.

Chineses, russos e árabes responderam por nada menos que 50% das vendas, segundo a diretora financeira da Burberry, em fim de mandato, Stacey Cartwright. “É o consumidor em trânsito que está sustentando as vendas”, disse ela.

Nos últimos anos, a Burberry focou em suas lojas próprias, e abriu uma remodelada loja principal na Regent Street de Londres. A Burberry gera atualmente 75% de sua receita em suas lojas de varejo, comparativamente aos 40% da receita arrecadados por esse canal em 2006.

A receita das operações continuadas, excluindo-se variações cambiais, foi de 1,1 bilhão de libras esterlinas, crescimento de 9%. As vendas mundiais da divisão de varejo cresceram de 13%, para 840 milhões de libras esterlinas.

A Burberry abriu dez lojas no segundo semestre, elevando o total de lojas de varejo do grupo para 206, além das 214 concessões. A fatia da receita do atacado caiu para 20% da receita.

Angela deixará a empresa daqui a alguns meses e vai tirar um período de folga antes de procurar um cargo de CEO em área “de enfrentamento com o consumidor”, a partir de 2014. As ações do grupo subiram 1,8%, para 12,89 libras esterlinas.

Fonte: http://www.valor.com.br/empresas/3091254/burberry-tem-solido-desempenho-na-china-mas-o-mundo-continua-dificil

 

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