O mercado farmacêutico brasileiro continuou a crescer no patamar de dois dígitos em 2013. Segundo dados passados exclusivamente ao Valor pelo IMS Health, foram vendidas 2,9 bilhões de unidades de medicamentos no ano passado, um crescimento de 11,6% na comparação com os resultados de 2012. Em receita, o avanço foi de 17%, movimentando um total de R$ 58 bilhões.
“Este resultado já era esperado pelos participantes do mercado e o aumento das vendas é positivo, dado o ano complicado, quando muitos produtos tiveram retração e as empresas sofreram pressões de custos”, afirma Henrique Tada, presidente da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac).
A IMS Health, no entanto, divulga apenas o faturamento bruto, que não reflete o que aconteceu na linha dos custos dos balanços das companhias do setor. Com quase 80% de seus insumos importados, a indústria teve que driblar a valorização do dólar em 2013. “Há indícios de que a receita líquida pode inclusive ter diminuído”, explica Tada.
O segmento de genéricos foi o que apresentou a maior taxa de crescimento do mercado, tanto em volume, quanto em faturamento. Em volume, a alta foi de 16%, para 788,6 milhões de unidades, o que permitiu que os genéricos representassem 27% da indústria total no ano passado. Em receita, o avanço foi de 22%, movimentando R$ 13,7 bilhões.
Vale lembrar, no entanto, que o valor divulgado pelo IMS Health não considera os descontos de mais de 50% oferecidos pela indústria ao varejo e se baseia nos registros de preços feitos pelos laboratórios na Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Mesmo assim, de acordo com Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), a evolução ficou dentro do esperado pela entidade, que previa crescimento anual entre 15% e 20%. Para Telma Salles, presidente da PróGenéricos, os resultados mostram que a política de preço baixo e qualidade dos genéricos segue atraindo consumidores no país.
O mercado de referência, por sua vez, apresentou alta de 9% em receita, para R$ 18 bilhões. O crescimento em volume, no entanto, foi de apenas 2%, para 691,8 milhões de unidades, fazendo com que este segmento representasse 23% do setor total no país.
Já o mercado de produtos de marca – que inclui similares, medicamentos que utilizam, como os genéricos, princípios ativos que já tiveram o período de proteção de patente encerrado -, fechou o ano abocanhando 48% da indústria, com alta de 15%, para 1,4 bilhões de caixinhas vendidas. Este segmento é o maior e movimentou R$ 26 bilhões, crescimento de 20%.
Para 2014, as expectativas da indústria não são altas. “Esperamos manter o nível de crescimento, não baixar muito”, prevê Tada.
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