A expansão global do mercado de medicamentos biológicos abriu uma nova fronteira para as grandes farmacêuticas internacionais. O segmento de biossimalares (cópias de remédios biológicos) tem atraído investimentos de importantes multinacionais com pouca tradição nesse setor. No mercado internacional esse setor é liderado pela Sandoz, braço de genéricos da suíça Novartis. Empresas com tradição em biológicos (produzidos a partir de células vivas), como a americana Amgen e a Pfizer, que quer concentrar cada vez mais seus negócios em inovação, começaram a expandir pesquisas no segmento de biossimilares. “Acredito que o nosso grupo, que já tem experiência em medicamentos biológicos, tem as qualificações para produzir biossimilares de alta qualidade”, afirma Laura Hamill, vice-presidente da Amgen para América Latina, Canadá e Austrália. As pesquisas nessa área estão avançadas e esses medicamentos deverão ser colocados no mercado pelo grupo a partir da segunda metade desta década. No Brasil, a Amgen é dona do laboratório Bérgamo, em Taboão da Serra (SP), com o foco em genéricos. A Pfizer também tem em seu pipeline pesquisas nesse sentido, afirmou Hakan Sakul, diretorexecutivo de pesquisa clínica e desenvolvimento da unidade de La Jolla. Apesar de não serem cópias fiéis de seus biológicos, os biossimilares trazem características parecidas desses remédios e ajudam aumentar o acesso à população para os chamados tratamentos complexos. Nos últimos quatro anos, o Brasil virou alvo de multinacionais interessadas em expandir suas vendas no país. O movimento de internacionalização começou a crescer e os laboratórios nacionais são constantemente assediados. No ano passado, a companhia japonesa Takeda protagonizou o maior negócio nessa área, ao adquirir por cerca de R$ 500 milhões o laboratório Multilab, no Rio Grande do Sul. O negócio foi considerado uma grande oportunidade para o grupo, com foco em medicamentos isentos de prescrição e de inovação na área de tratamentos complexos, como câncer e diabetes, avançar no Brasil. O mercado de genéricos no Brasil vai continuar em expansão, mas os laboratórios querem crescer em segmentos de maior valor agregado, caso dos biossimilares. Duas recém-criadas companhias nacionais, a Bionovis e a Orygen, já fecharam acordos para produzir esses medicamentos no país, com apoio do governo federal. A nacionalização desses produtos pode reduzir as importações.
Fonte: Valor Econômico
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