Loja da Etna em São Paulo: rede tem 16 unidades no país e fatura R$ 350 milhões Depois da Tok&Stok, cujo controle foi comprado pelo fundo Carlyle no ano passado, é a vez da rede de móveis e decoração Etna colocar parte da operação à venda. O Valor apurou que a companhia, controlada por Nelson Kaufman, está num processo de mudanças internas – que envolve a recente separação dos balanços contábeis da Etna e da joalheria Vivara (outra empresa de Kaufman) – e a intenção, com isso, é preparar a companhia para buscar um sócio nos próximos meses. Os donos não pretendem, a princípio, se desfazer do controle da varejista. O plano é vender cerca de 30% da rede de móveis e com os recursos, reforçar o crescimento orgânico e distribuir lucro entre os donos. Até o momento, interessados no negócio ainda não foram oficialmente procurados pela assessoria financeira da Etna – isso só deve acontecer daqui a alguns meses por causa das mudanças em curso. Esse processo de ajustes é fundamental para que avance o plano de busca de um parceiro. O Valor apurou que, no momento, além de aceitar negociar a venda de participação minoritária da empresa, Nelson Kaufman também pretende ficar à frente da gestão da companhia. Mas pessoas próximas ao empresário comentam que isso não está completamente fechado. “É o que ele quer hoje, mas quem o conhece sabe que Nelson muda de ideia às vezes”, conta uma pessoa próxima à família. O empresário tem encontrado cada vez mais dificuldade de se dividir entre as duas empresas e já percebeu que ganha muto mais dinheiro com a Vivara do que com a Etna. Balanço da Vivara obtido pelo Valor mostra que a empresa fechou 2011 com receita operacional de R$ 730 milhões e lucro líquido de R$ 84 milhões (uma alta de 75%). Procurada, a Etna decidiu não se manifestar sobre o assunto. Ata da assembleia de acionistas da empresa divulgada nesta terça-feira informa que a Etna aprovou um aumento no capital social no valor de R$ 90,8 milhões, para reforçar o capital próprio da companhia, por meio da capitalização de créditos detidos pelos acionistas. Em outra assembleia, no ano passado, a empresa aprovou a realização de um laudo de avaliação da Etna, em ata publicada em novembro, e também a aprovação da separação da Etna de outra empresa dos Kaufman, a Tellerina Comércio de Presentes, fabricante das joias da Vivara. A empresa ainda está implantando hoje medidas iniciais de governança corporativa, para tornar a varejista mais transparente e para aumentar o volume de informações auditadas ao mercado. Com 16 lojas em 12 estados, a Etna teve um faturamento estimado de R$ 350 milhões no ano passado, cerca de um terço das vendas anuais da rival Tok&Stok, com 37 lojas em 13 estados. Em outubro de 2011, o Valor já havia antecipado que a empresa considerava a hipótese de buscar investidores no mercado. Alguns fundos de investimento – que tomaram conhecimento do interesse – estiveram na empresa analisando os números da rede em 2012, mas as conversas não avançaram. “Era tudo meio confuso, mesmo com um balanço pro forma, não se tinha certeza se a Etna ou a Vivara davam lucro ou prejuízo”, disse uma fonte ouvida.

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Fonte: Valor Econômico

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