Os esmaltes já estão no topo da lista dos acessórios preferidos das mulheres brasileiras. Saiba o que pensam manicures e consumidoras sobre a ergonomia e a beleza das embalagens desse tipo de produto

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É incrível como algo tão pequeno pode trazer tanto prazer e satisfação a uma mulher. Na verdade, em seu caso, quanto menor melhor, menores são as chances de uma mulher enjoar e ele acabar sendo jogado para escanteio. Sim, estamos falando aqui dos esmaltes, um dos acessórios cosméticos mais amados e valorizados pelas brasileiras atualmente.

Cientes dessa paixão nacional, a categoria tem estado no radar de investimentos das mais diversas empresas do setor, desde aquelas que já eram tradicionais no segmento – como Hypermarcas (com a marca Risqué), L’Oréal (com Colorama) e Mundial Impala – até outras que possuíam operações mais consolidadas em outros mercados como perfumaria e pele – como é o caso da paranaense O Boticário (com Make B e quem disse Berenice?) e da carioca Granado.

Tanto as marcas mais antigas quanto as mais novas encontram um mercado consumidor de esmaltes bastante diferente do que havia há alguns anos atrás, que demanda uma formulação com qualidade superior, um portfólio de cores cada vez maior e criativo e embalagens inovadoras e surpreendentes. Não só, este público tem visto cada vez mais valor nesse tipo de produto, ou seja, está disposto a pagar o dobro, às vezes o triplo do que pagava antigamente pelo produto.

Nesse contexto, as marcas se esforçam não somente para melhorar suas formulações e lançar um grande número de coleções, mas também em evoluir e investir na qualidade de suas embalagens; reformulando frascos e tampas e utilizando tecnologias mais avançadas de pincéis, que facilitam a aplicação e melhoram o acabamento na unha.

Ergonomia versus beleza

Quem lida com mercado de consumo sabe como é essencial um produto conseguir seduzir seu consumidor na gôndola e, para que isso aconteça, ele precisa ter uma embalagem atrativa, diferente, criativa, sofisticada. No caso dos esmaltes não é diferente, a embalagem é uma importante aliada da cor para cativar a consumidora que passa em um ponto de venda. “Na verdade, o que é a embalagem? É a cara do produto”, destaca Sueli Ribeiro, representante comercial da Baralan, empresa que fornece frascos, tampas e pincéis de esmaltes para o mercado cosmético; e ela ainda completa: “A consumidora vai até a prateleira e vê uma embalagem e uma cor que chama a atenção dela, é quase certo que ela vai levar o produto.”

Os hábitos da publicitária de 27 anos, Thalita Carrião, que faz suas unhas em casa, além de confirmar a afirmação da profissional da Baralan também escancara algo muito importante: para marcas que acabam de ingressar no mercado, possuir uma embalagem bonita e com estilo é uma vantagem. “O estilo da embalagem conta bastante, mas o que define minha escolha é a qualidade. Mesmo assim, já comprei esmaltes de marcas pouco conhecidas por causa da embalagem”, conta. Já a estudante de Engenharia Ambiental de 22 anos, Beatriz de Brito Leite, afirma que se deixa levar pela cor, não pela embalagem, mas rechaça: “Também já deixei de comprar uma cor muito legal, pois desconfiei do produto que tinha uma embalagem feia.”

Porém, não é só nas gôndolas que a embalagem é um chamariz de clientes. Sentadas de frente para suas manicures, as consumidoras arriscam testar uma marca nova, pois a embalagem lhes passa confiança. Pelo menos é o que dizem duas profissionais consultadas pela Packing Cosmética. Riso Freire, de 56 anos e que trabalha como manicure na zona oeste de São Paulo desde que tinha 16 anos, explica que existem três fatores principais que levam suas clientes a escolher um esmalte: marca, embalagem e lançamento. Já Monik Ksenhuk, que possui 13 anos de experiência como manicure, afirma que o design da embalagem influencia suas clientes na hora de escolher uma cor.

Entretanto, apesar do poder que um design criativo possui para atrair consumidoras, uma boa ergonomia é fator fundamental no desenvolvimento de uma embalagem de esmalte; e acertar o cálculo dessa complicada equação em que estão envolvidas variáveis como beleza e praticidade para os dois tipos de públicos dos esmaltes – manicures e consumidoras que compram para uso próprio – pode ser um pouco complicado.

Equacionando beleza com praticidade

Diferentemente de anos atrás, é possível identificar em uma ida a uma loja de cosméticos uma infinidade de novos tipos de tampas que se diferenciam umas das outras por meio do tamanho, do formato, do volume e até mesmo da cor. Porém, apesar do toque especial que esses novos modelos têm dado ao produto, nem sempre elas são práticas e funcionais, tanto para as consumidoras que fazem suas unhas quanto para as profissionais.

As tampas mais volumosas, que possuem a mesma largura do frasco, são apontadas por consumidoras e manicures como embalagens muito bonitas, que chamam a atenção, mas que dificultam um pouco o manuseio do pincel. “Nunca tive dificuldades para fazer a unha por causa da tampa, mas as quadradas são mais desconfortáveis. As fininhas ou em tubo são melhores”, afirma a educadora física, Samantha Rossi, de 27 anos, que faz suas unhas uma vez na semana. Já a arquiteta e designer de moda de 46 anos, Maristela Szarnobay, vai mais longe com seu descontentamento em relação às tampas dos esmaltes disponíveis no mercado. “Até hoje não encontrei uma marca que me dê o conforto, por exemplo, de deixar o vidro na mesa e apoiar sem o risco de colocar o pincel no vidro e ele não virar”, reclama ela.

A opinião das profissionais está em sintonia com as das consumidoras quando o assunto é tampa. Para elas, as que são mais longas são mais práticas, enquanto que as menores e mais volumosas são mais bonitas, porém mais difíceis de serem manuseadas. “Tampas pequenas e gordinhas, em que os pincéis são pequenos e não chegam até o final do frasco não são muito práticas”, coloca Riso Freire. Monik concorda com a colega de profissão. Para ela, as tampas maiores e mais retas, além de mais eficazes, também facilitam o manuseio.

Papel fundamental de um bom pincel

A qualidade da aplicação do esmalte também depende fundamentalmente dos pincéis. Apesar de ser o componente da embalagem que não contribui para a estética do produto, sua qualidade reflete diretamente no resultado final de sua utilização. “Eu já fiz unha em que o resultado não foi o esperado por conta do pincel, pois as cerdas eram uma maior que a outra, e na hora em que a gente vai passar o esmalte, ele faz umas listras na unha”, relata Riso.

Pincéis que vêm com defeito, com poucas cerdas, duros, que não chegam até o final do frasco, são somente algumas das reclamações de algumas consumidoras em relação a este componente da embalagem. “Um pincel muito grosso dificulta a aplicação pois sobrecarrega a unha com excesso de esmalte”, opina a designer de 28 anos, Luana Limpo Jatobá. “Também há a dificuldade quando o fabricante coloca pincéis com defeito de fabricação, isso acontece bastante com esmaltes de algumas marcas”, relata.

Thalita revela como deve ser o pincel de esmalte ideal, em sua opinião. “O pincel ideal não deve ser ‘duro’ nem ‘mole’, ele tem que ser firme e macio ao mesmo tempo. Modelos duros tiram o esmalte aplicado quando se passa a segunda mão, já o pincel muito mole não tem firmeza suficiente para aplicar o esmalte de maneira uniforme, necessitando mais aplicação e perda de produto”, explica.

Entretanto, a profissional da Baralan aparece para tranquilizar as consumidoras de esmaltes, dizendo que o mercado está se esforçando para sanar as eventuais falhas investindo em novas tecnologias. Em termos de pincéis, ela explica que o que há de melhor no mercado é o Big Brush, que possui 440 cerdas que conseguem cobrir a unha toda com uma só passada de mão. Outra inovação desse setor é o pincel com pontas arredondadas, também com 440 cerdas, que se diferencia do Big Brush pelo formato, tendo em vista que este último tem um formato mais reto.

Outra companhia que tem consciência de que não é apenas o impacto na gôndola a missão das embalagens de esmaltes é a Zeviplast. A companhia conta com uma vasta expertise tanto no desenvolvimento de pincéis quanto de tampas. Atualmente, sua linha de tampas standard conta com 30 modelos, cujo a maioria é fabricada no formato cônico, visando facilitar a aplicação do esmalte. Entretanto, a empresa vive buscando tendências e procurando desenvolver modelos que aliem o visual à ergonomia. Quantos aos frascos, a Zeviplast possui uma linha de uma companhia indiana, a fim de atender a novos projetos e companhias que não têm acesso ao mercado de vidro.

Influência do frasco

Combinado com a tampa certa, um frasco pode fazer o sucesso de uma embalagem de esmaltes. Entretanto, a mesma ressalva feita às tampas deve ser considerada em relação aos frascos, em que estética e usabilidade devem andar de mãos dadas, e que uma embalagem deve ser, acima de tudo, prática.

Como também aconteceu no mercado de tampas, as consumidoras brasileiras viram, nos últimos anos, um sem número de novos estilos de frascos para esmaltes aparecerem nas gôndolas das perfumarias, exibindo novas formas, volumetrias diversas, e tamanhos diferentes. Porém, a pergunta que não quer calar é a seguinte: na hora da aplicação, qual será a diferença?

Para Samantha o formato do frasco é indiferente, pois ela diz que sempre encosta as mãos em uma superfície para fazer as unhas. Já Thalita acredita que os frascos com bases maiores e quadradas são melhores, pois se equilibram facilmente em qualquer superfície. Por sua vez, Beatriz conta que muitas vezes faz suas unhas em cima da cama ou no sofá, segurando os frasco entre os dedos, e os que possuem uma superfície mais lisa são mais difíceis de segurar. Inclusive, a consumidora dá uma ideia para as empresas de cosméticos: “Seria interessante se tivesse uma barriguinha ergométrica para encaixar os dedos, acho que até as manicures iam gostar.”

As manicures são da mesma opinião de Samantha, ou seja, o formato e o volume do frasco não fazem muita diferença na hora de fazer a unha de uma cliente. O único ponto levantado tanto por Monik quanto por Riso é a sobra do produto, seja porque o pincel é muito curto, ou porque a volumetria do frasco é um pouco grande e o esmalte acaba indo parar na lata do lixo. “Às vezes, jogo fora alguns esmaltes que estão novos, pois a cor não sai muito e acaba estragando”, conta Riso.

A estudante de psicologia de 25 anos, Mayara Baldin, também vê mais vantagens nos esmaltes de volumetria menor. “Não gosto de embalagens que vêm com muito produto porque ele acaba ficando ruim ou eu enjoo da cor e desperdiço produto”, diz.

Se pode concluir com toda essa discussão sobre uma das categorias que mais cresce no País que, quem quiser morder uma fatia significativa desse suculento bolo tem que encarar uma consumidora – seja ela a manicure ou a que compra para uso próprio – mais observadora e crítica em relação não somente à formulação e às cores, mas também às embalagens. Em relação a este último item, beleza e ergonomia são dois conceitos chaves que devem sempre andar juntos.

Fonte:http://www.cosmeticanews.com.br/leitura.php?n=embalagens-de-esmaltes-maiores-prazeres-nos-menores-frascos&id=5370

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