O aumento do Imposto Sobre Produto Industrializado (IPI) dos cosméticos começa a refletir no varejo. A estimativa dos empresários do setor é de queda superior a 10% nas vendas ao longo deste ano e que o consumidor pague até 12% a mais por alguns itens.

Segundo o diretor comercial da rede de perfumarias Ikesaki, Cesar Tsukuda, o maior problema neste momento está nas regras deste aumento. “O governo comentou sobre o aumento do IPI, sobre passar a recolher na distribuidora e no atacado, mas efetivamente o texto ainda não foi publicado. E dependendo de como ele for publicado, ele terá um impacto maior ou menor”, explicou o executivo.

Para Tsukuda, independentemente do nicho que sofrerá com a maior tributação, os produtos vão chegar mais caros ao consumidor e isso impactará negativamente as vendas. “Já estamos sentindo no começo deste ano uma dificuldade de obter crescimento e de melhorar o movimento das lojas”, disse Tsukuda.

Desemprego

Para o executivo do Ikesaki, essa ‘penalização’ aos setores envolvidos, além de diminuir o volume de vendas acarretará o fechamento de vagas tanto no comércio quanto na indústria. “Este é um setor que emprega uma mão de obra imensa, não só a indústria, mas também a parte de serviços. O sentimento, conversando com vários empresários do setor, é que começarão a demitir.”

A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) estima um corte de 200 mil postos de trabalho. A entidade prevê ainda uma queda significativa de 17% nas vendas em 2015.

Oportunidade

Apesar da preocupação de algumas empresas do setor e da entidade, na opinião do CEO da Glambox (clube de assinatura de produtos de beleza), Fernando Leal, este será um momento de boas oportunidades para a marca expandir. “O aumento de tributação não assusta. A indústria, que é nossa parceira de negócio, não sinalizou mudanças em suas estratégias de negócios”, disse ele.

A Glambox diz não acreditar em investimentos menores em novos itens, pois tem como diferencial a oferta de lançamentos de produtos aos clientes. . “Recebo de cinco a dez e-mails por semana, procurando a Glambox para parcerias.”

A marca pretende dobrar o faturamento este ano e diz garantir aos parceiros informações privilegiadas das consumidoras. “Nós somos fonte de experimentação e conteúdo preciso para as mulheres. Com essa fidelização, conseguimos passar aos nossos parceiros [indústria] informações de mercado que os ajudem a ampliar as operações. Mais de 90% das nossas consumidoras respondem a questionários sobre os produtos recebidos na caixa”, explicou Leal.

Com três modelos de contratação de assinatura: mensal, semestral e anual, sendo caixas com seis produtos em média, Leal afirmou que fará um pequeno reajuste nas mensalidades. “Mas isso nada tem a ver com o aumento do IPI. É um repasse em função dos custos operacionais”, finalizou.

Fonte:http://www.datamark.com.br/noticias/2015/2/consumidor-pagara-mais-caro-por-cosmetico-169822/

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