Para isabelle Vacheret, da Symrise, o mercado brasileiro oferece boas opções de crescimento em espaços ainda não explorados
Para isabelle Vacheret, da Symrise, o mercado brasileiro oferece boas opções de crescimento em espaços ainda não explorados

Com 20 anos de experiência na indústria de beleza, a francesa Isabelle Vacheret, acumula vivência nas duas pontas do mercado. Por 10 anos ela ocupou posições de destaque nas áreas de marketing e desenvolvimento de produtos das multinacionais L´Oréal e Yves Rocher. Nos últimos 10 anos, ela tem se dedicado a entender os anseios do consumidor e a ajudar os clientes a entregar produtos que os satisfaçam, atuando na direção de Marketing da casa de fragrâncias alemã Symrise, onde ela ocupa hoje a vice-presidência de Marketing da divisão Scent & Care, que concentra os negócios de fragrâncias, ingredientes cosméticos e de oral care da empresa. De passagem pelo Brasil, a executiva concedeu a seguinte entrevista à Atualidade Cosmética:

Você vê o Brasil como um criador de tendências no médio prazo?

Na verdade vocês já ditam tendências na vida do consumidor em geral, por conta da questão da sustentabilidade, na forma como vocês se importam com o meio-ambiente por exemplo. Temos pesquisas com o consumidor que mostram que os jovens brasileiros são mais preocupados com a questão da sustentabilidade do que os de qualquer outro país. O uso de ingredientes naturais, abordagens diferentes de sustentabilidade, muito mais modernas. Isso é um ponto de diferenciação e de influência do Brasil sobre o mundo.

E na área de fine fragrances?

Em fine fragrances eu acredito que isso vai acontecer. Mas isso tem a ver com a distribuição também. Se os grandes players locais não forem além das suas fronteiras… As empresas brasileiras já estão indo para a América Latina. Isso é bom. Mas elas tem o potencial para ir muito além. Veja a Victória´s Secrets, da América do Norte, que hoje tem lojas na Índia. Isso foi um grande passso. Eu realmente acredito que a indústria nacional tem potencial para ir com as suas marcas para mais Países. Mercados como Índia, China, Estados Unidos, na França… Vai dependar das estratégias das grandes empresas locais, para quais mercados eles vão e como vão se posicionar. Mas o Brasil gera tendências muito modernas em temas como a sensualidade por exemplo.

As marcas brasileiras estão fazendo uso dos ativos mais inovadores e tecnológicos da Symrise?

Os clientes globais e locais têm linhas de produtos amplas, que cobrem uma ampla faixa de posicionamentos e preços. Eles compram diferentes ingredientes de acordo com as suas necessidades. Temos um balanceamento de portfólio que vai na mesma linha, com ingredientes adequados para preencher todas essas faixas. A busca por mais ingredientes inovadores é a mesma da parte dos grandes clientes aqui em relação as empresas internacionais. Não vejo grandes diferenças hoje. Talvez, cinco anos atrás, sim, mas não hoje. As grandes empresas brasileiras são muito orientadas para a inovação e estão consumindo todas as moléculas mais modernas e inovadoras de nossa empresa.

Onde você enxerga grandes oportunidades de mercado?

Muitas vezes, o consumidor de fragrâncias quer um link com o mundo da moda, com celebridades. O consumidor quer essa interação. Vejo grandes designers locais, joalheiros, artistas e celebridades. Isso (esse link), aconteceu em Paris há muito tempo, em Nova York. Vocês têm um monte de marcas muito fashion, com estilo e qualidade. Esse talvez seja um grande espaço branco esperando ser ocupado pelo mercado. Um desafio é o canal de distribuição. Os varejistas precisam aceitar os perfumes de novos designers locais em suas lojas. Existem muitos designers talentosos no Brasil. É muito interessante pegar esses talentos locais e criar licenças para perfumaria. Uma licença de fragrância ajuda a dar notoriedade à marca. Pode ser que empresas internacionais tenham designers locais em seu portfólio, ou que as empresas locais o tenham. Mas, para mim, esse é um grande espaço em branco, que pode trazer mudanças para o mercado. Existem tantos talentos emergentes, de grande potencial e sem acordos de licenciamento.

Fonte: http://www.cosmeticanews.com.br/leitura.php?n=espacos-para-novos-negocios&id=4527

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