A varejista francesa de cosméticos Sephora espera chegar a dezembro com 17 lojas e cinco quiosques no Brasil, todos em shopping centers. A multimarcas de cosméticos inaugurou uma loja no shopping Higienópolis (SP) na sexta-feira e abrirá mais uma unidade no shopping Anália Franco (SP) em dezembro.
A expectativa é encerrar 2015 com a abertura de três lojas e cinco quiosques. A companhia iniciou a operação de uma loja em Campinas (SP) em abril e deixou as outras duas inaugurações para o quarto trimestre. A Sephora tem apenas um quiosque, no shopping Center Norte (SP), e estima mais quatro até dezembro. Todos os estabelecimentos são próprios.
Andrea Orcioli, vice-presidente de marketing e merchandising da Sephora para América Latina, diz que os shoppings permanecem o foco da empresa, por serem o principal roteiro de compras do brasileiro, mas unidades de rua não estão descartadas. Desde que chegou ao Brasil, em 2012, inaugurou 16 lojas nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e na capital Brasília. Em 2014, adicionou cinco lojas.
Sobre o desempenho em um momento econômico de recessão, Andrea afirma que a empresa continua a crescer e cita o “efeito batom”, fenômeno que leva a população a gastar mais com cuidados pessoais em tempos de contração econômica.
Foram feitos alguns reajustes de preços neste ano, mas em patamares inferiores à alta do dólar, diz a executiva. Ela destaca que ao mesmo tempo que a disparada da divisa americana eleva o preço de importação – a companhia ainda não produz nenhum item da linha própria no Brasil -, é positiva ao redirecionar as compras feitas em viagens para lojas de beleza no Brasil.
A alta das moedas internacionais reduziu a atratividade da compra de cosméticos no exterior pelos brasileiros. Os batons da canadense M.A.C., por exemplo, são vendidos a US$ 17 nas lojas americanas, sem contar os impostos, o que corresponde a R$ 66 com o dólar a R$ 3,89 – cotação de sexta-feira. No Brasil, o preço é R$ 69. O próprio batom Color Lip, da linha regular da Sephora, sai por US$ 14 no exterior, o correspondente a R$ 54, enquanto aqui é vendido por R$ 52.
“O brasileiro nitidamente notou essa mudança de cenário e começou a comprar mais dentro do país”, diz Andrea. O consumidor, afirma, prefere comprar no mercado brasileiro pois pode também parcelar o pagamento em várias vezes no cartão de crédito.
A Sephora fez um ajuste de estratégia no Brasil em 2014 para facilitar as condições de pagamento e reduzir os preços da linha própria, para concorrer com grandes marcas brasileiras como O Boticário e Natura. “Quando chegamos ao Brasil, muitas pessoas ainda se sentiam intimidadas a entrar em nossas lojas, por achar que só comercializávamos produtos caros”, diz Andrea. A empresa também intensificou a política promocional, com a distribuição de brindes, por exemplo. Os parcelamentos nas lojas são feitos a partir de R$ 40, em até seis vezes. No site, que atende todo o país, a compra pode ser dividida em até 10 pagamentos.
A meta de inaugurações para 2016 ainda não foi definida.
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