A Bombril é uma empresa em reestruturação que busca, há anos, voltar a crescer de forma mais rápida para tentar sair do vermelho. No próximo ano, completa uma década de gestão sob a liderança do fundador e presidente do conselho de administração, Ronaldo Ferreira Sampaio. Ele voltou ao negócio em 2006, após a conturbada saída dos sócios italianos, liderados por Sergio Cragnotti.
A companhia que se tenta criar, porém, ainda convive com problemas do passado como pagamentos de antigas dívidas. Ao mesmo tempo, há dificuldades estruturais. Um desses problemas ocorreu no fim do ano passado. A Bombril não conseguiu atender a demanda do varejo para a venda de itens chamados internamente de “commodities” detergentes, desinfetantes e água sanitária, por exemplo. A maioria deles com preços abaixo de R$ 5. “A demanda foi forte, e não conseguimos atender tudo em dezembro. Se tivéssemos estoques e logística mais bem preparada, teríamos vendido mais” , disse Marcos Scaldelai, diretor presidente da Bombril. A receita mostrou leve queda de 0,6%, para R$ 1,15 bilhão no ano passado, quando o mercado cresceu 11%, segundo a Abipla (associação do setor).
O aumento da oferta de itens mais básicos exige linhas de produção preparadas, área maior de estocagem e capacidade de distribuição. “O produto ‘commodity’ é o que está vendendo mais e tivemos que acelerar essa produção, mas precisamos nos reestruturar para isso. As máquinas novas compradas para atender a produção das linhas da Bombril foram instaladas, mas tivemos que acelerar a colocação dos equipamentos que fazem os produtos mais básicos. E toda essa mudança teve impacto na fabricação” , disse o executivo. A Bombril ainda enfrentou dificuldades na logística e distribuição. “Foi um problema estrutural. Vimos que o melhor a fazer era se preparar para 2015”. Um novo galpão de nove mil metros quadrados será construído neste ano em São Bernardo do Campo (SP), cidade sede da companhia, para aumentar em 40% a capacidade de armazenagem de produtos no local. Devem ser aplicados R$ 15 milhões no projeto, de um investimento total previsto de R$ 60 milhões em 2015.
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