O governo, em conjunto com a indústria de bebidas frias, vai estudar um novo modelo de tributação para dar maior previsibilidade e competitividade ao setor.
Durante reunião realizada entre representantes da área econômica e do setor ficou acertada a criação de um grupo de trabalho para analisar a matéria e apresentar em até 60 dias uma nova fórmula de reajuste.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci Jr., a ideia é que as empresas do setor já apresentem uma proposta de novo modelo de cálculo da tributação em no máximo 40 dias.
O objetivo da Abrasel, que representa as fabricantes de cervejas, refrigerantes, energéticos, entre outros, é acelerar a discussão da nova fórmula de cálculo e tentar impedir o aumento de tributos previsto entrar em vigor no mês de setembro.
“O governo disse que vai praticar reajuste em setembro. O setor quer ver se consegue discutir com o governo até setembro uma nova fórmula de tributar que contemple uma regra que vá valer por cerca de cinco anos para que não seja preciso a cada três ou quatro meses sentar à mesa para discutir uma tabela. O governo está firme nele [reajuste em setembro]. A gente está brigando para não sair”, afirmou Solmucci.
Para o presidente da Abrasel, o atual modelo foi bom no passado, quando a indústria vivia na informalidade, mas hoje disse parecer como “cachorro correndo atrás do rabo”. Isso porque o reajuste da tributação, com base nos preços praticados no varejo, acaba impactando sistematicamente a inflação.
Por isso, uma ideia que pode ser utilizada no modelo é fazer com que a tributação deixe de incidir sobre o preço praticado no varejo para que incida no preço de fábrica. “O governo está aberto ao diálogo para um novo modelo”, destacou o presidente da entidade que representa a indústria de bebidas frias.
Na avaliação de Solmucci não há definição sobre a periodicidade dos reajustes do setor de bebidas, mas ao envolver técnicos da Secretaria de Política Econômica no debate há uma demonstração de que o governo não está preocupado apenas com o “caixa”.
“Se houver acordo [em torno do novo modelo de tributação], será feita uma regra para os próximos cinco ou 10 anos”, comentou o presidente da Abrasel.
Segundo o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, o novo modelo de tributação para o setor de bebidas será estudado em conjunto durante três meses.
A indústria de bebidas frias deverá apresentar a sua proposta que será analisada pela Secretária de Política Econômica e Receita Federal. Segundo Barreto, a Receita já tem uma proposta, mas preferiu não dar detalhes antes das reuniões com o setor.
Fonte: http://www.valor.com.br/empresas/3566700/governo-e-industria-estudam-tributacao
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