O presidente da Heinz no mundo, Bernardo Hees, disse ontem que tem estudado mudanças nos modelos de produção das unidades da companhia pelo mundo. “Tenho pensado em modelos de metodologia que posso aplicar nas fábricas”, disse. O executivo não detalhou que alterações estão sendo analisadas. A empresa tem tomado medidas nos últimos tempos no sentido de operar de forma mais eficiente, com transferência de produção entre fábricas e desligamento de linhas.

A Heinz tem 72 unidades fabris no mundo, inclusive no Brasil, em Nerópolis (GO), onde são feitos os ketchups da marca. Empresas já foram contatadas pelo comando da Heinz para avaliar formatos que poderiam ser replicados.

“Estive com o André [André Johannpeter, presidente da Gerdau ] na bolsa no Rio de Janeiro e conversamos para entender questões ligadas à metodologia de produção deles, então estamos tentando olhar o que de melhor tem sido feito em vários campos e tentar trazer para a gente”, disse ele, em conferência via internet realizada pela Fundação Estudar, criada nos anos 90 pelos fundadores da 3G Capital, Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles.

Bernardo Hees
Bernardo Hees, presidente da Heinz, estudou o modo de produção da Gerdau

A Heinz foi adquirida em fevereiro pelo 3G Capital, também acionista do Burger King, e pela Berkshire Hathaway, do bilionário americano Warren Buffett.

Neste mês, a fabricante de molhos informou o fechamento de uma fábrica no Canadá e outras duas nos Estados Unidos, que levará à demissão de 1.350 funcionários. A produção dessas três unidades será transferida “dentro dos próximos seis a oito meses” para outros locais nos Estados Unidos e no Canadá, informou o grupo.

Hees ainda disse ontem que, ao contrário do projeto da rede Burger King – o executivo ocupou a presidência da empresa por três anos – o seu plano na Heinz é de longo prazo. Ele está no cargo desde julho. “Meu projeto no Burger King sempre foi de três a cinco anos, e envolvia o ‘turnaroud’ [reestruturação] da empresa. Agora, a rede está em fase de crescimento e de mudança de patamar, com outro executivo no comando [Daniel S. Schwartz]”, disse. “Na Heinz, comigo ‘performando’ bem, entregando resultados, tenho um ciclo ali de décadas para conseguir fazer coisas especiais”, afirmou.

Enquanto o Burger King acumulou 17 presidentes em 20 anos, (“uma empresa que sobreviveu a isso é um bom negócio”, disse o executivo), a Heinz teve seis presidentes em cerca de 140 anos de história. Hees é o sétimo.

Ele avalia que na Heinz poderá unir as experiências obtidas na América Latina Logística (ALL) e no Burger King – Hees liderou as duas companhias como executivo de confiança de Lemann, acionista de ambas as empresas.

“A ALL é uma empresa de uso intensivo de capital, focada em otimização de recursos, eficiência, gestão. O Burger King é uma franquia de varejo, então você foca em gestão de marca e em vender produtos. É isso só. Na Heinz vamos unir as duas experiências, porque você tem desde uso eficiente de recursos, produtividade, até gestão de marcas, vender produtos de qualidade ao consumidor”, disse.

Fonte: http://www.valor.com.br/empresas/3356818/comando-da-heinz-estuda-mudar-modelo-de-suas-fabricas-no-mundo

 

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