A novidade, feita sem conservantes e sustentável, oferece hidratação profunda e previne os sinais de envelhecimento precoce da pele
Um novo produto cosmético, sustentável, feito à base de algaroba, sem conservantes, e não testado em animais, foi desenvolvido por Gabriel Azevedo de Brito Damasceno durante seu doutorado em Ciências Farmacêuticas, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Apresentado em formato de comprimido para ser aplicado na pele, a fórmula oferece hidratação profunda e previne os sinais de envelhecimento precoce da pele.

Fale sobre o seu produto.
A fórmula desenvolvida é inovadora, com extratos de Prosopis juliflora, a algaroba. Ele é um protótipo. Desde a concepção, tentamos trazer a inovação para o nosso trabalho. Em vez de desenvolver um creme, que normalmente vai ter em torno de 50ml, 100ml  nas embalagens, fizemos um núcleo sólido. É como se fosse uma espécie de comprimido, mas quando colocado na mão, com um pouquinho de água, vira um gel para ser aplicado diretamente no rosto, e o melhor: com a dose certa para uma aplicação.

Como ele atua?
Esse produto vai atuar, principalmente, com ação hidratante da pele e também ajudando a prevenir os sinais do envelhecimento precoce cutâneo. Essas são as duas principais funções.

Quais as vantagens do seu produto quando comparado aos existentes no mercado?
Diferentemente dos que temos no mercado, a nossa formulação não contém água em sua composição. Isso faz com que a gente consiga diminuir a quantidade de ingredientes, reduzir, ou até mesmo excluir, agentes conservantes e, mesmo assim, ter um produto de qualidade e com estabilidade. O nosso produto é composto de um único extrato, de origem vegetal e não testado em animais. Além dessas vantagens, por ser em comprimido, o transporte é facilitado, principalmente em viagens. Além disso já tem uma dose na quantidade certa para aplicação.

Qual o benefício da sua pesquisa para a sociedade?
O benefício é ambiental e sustentável. Uma coisa importante de se ressaltar é que a algaroba é uma espécie considerada invasora;não é nativa do Brasil. Ela foi trazida do Peru e compete com outras espécies regionais aqui na nossa região, na caatinga, no nordeste brasileiro. Uma estratégia interessante seria o uso sustentável da algaroba, como forma de manejo dessa espécie invasora. Além disso, ela também valorizaria a comunidade pois, além de colher os frutos, seria beneficiada com a produção do extrato para fazer o produto.

Quais os reconhecimentos que a sua pesquisa teve?
Além da minha tese de doutorado, como reconhecimento nós tivemos duas publicações e um capítulo de livro. Meu trabalho acadêmico também foi reconhecido nacional e internacionalmente. Foi considerado o melhor trabalho apresentado no 30º Congresso Brasileiro de Cosmetologia, da Associação Brasileira de Cosmetologia, no ano de 2017. Posteriormente, no Prêmio Joaquin Pérez Vilalbal, foi escolhido como o melhor trabalho desenvolvido com matéria-prima latino-americana, no Congresso Latino Americano e Ibérico de Químicos Cosméticos, em 2019, premiação outorgada pela Federación Latinoamericana de Associaciones de Ciencias Cosmeticas (Felasc). A cereja do bolo nós recebemos no último dia 3 de março: a patente do Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI).

Qual a sua expectativa para este produto?
A expectativa é encontrar parceiros para fazer o licenciamento desse protótipo, de modo a que ele chegue o mais rápido possível ao mercado.
Qual a importância da CAPES na sua trajetória?
Eu fui bolsista da CAPES tanto no mestrado quanto no doutorado. Posso me considerar privilegiado porque além do apoio que tive dentro de casa, recebi a bolsa da CAPES que me deu suporte financeiro para conseguir ter dedicação exclusiva à minha pesquisa.
 

Fonte: https://cosmeticinnovation.com.br/bolsista-cria-cosmetico-em-forma-de-comprimido/

Uma Resposta para “Bolsista cria cosmético em forma de comprimido”

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