O grupo de luxo italiano Dolce&Gabbana criou uma nova empresa para gerir diretamente o desenvolvimento, produção e venda dos seus perfumes e cosméticos, disse na segunda-feira (7) seu presidente-executivo, Alfonso Dolce.
A mudança para gerir internamente um negócio multimilionário, que é fundamental para muitas casas de moda, mas muitas vezes operado através de licenças, é a primeira realizada por um grupo de luxo italiano.
Dolce disse ao caderno financeiro L’Economia do jornal Corriere della Sera: “Estamos pensando em um modelo de negócio que poderá incluir vínculos e parcerias com os nossos produtores.”
O responsável acrescentou que a mudança faz parte de uma “estratégia a longo prazo” no âmbito da qual a empresa está comprometida com “a consolidação, cultivo e promoção da excelência artesanal e da manufatura italiana”.
As marcas de moda sempre se expandiram para os produtos de beleza de alta qualidade numa tentativa de diversificar os seus produtos e expandir a sua base de clientes.
O acordo de licenciamento da Dolce&Gabbana com a gigante japonesa de cosméticos Shiseido terminou em dezembro.
A nova empresa começará com um capital entre 200 e 250 milhões de euros, através de autofinanciamento e “apoio do sistema bancário”, indicou Dolce. Esta empregará cerca de 130 a 150 pessoas na Itália até março de 2023 e outras 100 a 120 internacionalmente.
Dolce será presidente e Gianluca Toniolo, antigo executivo da LVMH, será CEO.
Toniolo disse ao L’Economia que o valor de varejo do negócio de beleza da Dolce&Gabbana se situa em pouco mais de 1 bilhão de euros, com os perfumes representando a maioria.
Este acrescentou também que o objetivo da nova empresa passa por “duplicar, ou mesmo triplicar”, a sua participação de mercado no setor da perfumaria, para fortalecer a sua posição em maquiagem e desenvolvimento de produtos para o cuidado da pele, que o grupo ainda não tem.
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