O setor brasileiro de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos apresentou um crescimento de 9,4% na corrente de comércio internacional no consolidado de janeiro a dezembro de 2022.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), o percentual soma a cifra de US$ 1.52 bilhão, contra US$ 1.39 bilhão registrado em 2021.
As exportações do período alcançaram o valor de US$ 776.5 milhões, crescimento de 10,9% em relação a 2021 (US$ 700 milhões). Os três principais itens exportados foram os produtos para cabelo (23,7%), sabonetes (19,1%) e produtos de higiene oral (11,6%).
Os cinco principais destinos foram Argentina (18,7%), México (11,1%), Colômbia (10,7%), Chile (10,1%) e Paraguai (6,6%). Estados Unidos, Portugal, Emirados Árabes e Holanda também aparecem em destaque como os parceiros comerciais que tiveram o maior crescimento em valor e volume nas exportações no ano, sendo produtos para cabelos a principal categoria exportada em todos os casos.
Já as importações fecharam na cifra de US$ 741 milhões, o que representa um aumento de 7,6% na comparação com janeiro-dezembro do ano anterior (US$ 688.4 milhões).
É o terceiro ano consecutivo, que as exportações ultrapassam o valor de importações (desde 2010). Com isso, o saldo comercial entre os meses de janeiro-dezembro de 2022 foi superavitário em US$ 35.5 milhões, com aumento de 206% em relação ao saldo superavitário registrado no mesmo período de 2021 (US$ 11.6 milhões).
“Mesmo com os desafios dos últimos anos, o setor tem identificado oportunidades para a manutenção das exportações, demonstrando resiliência em relação aos impactos internos e externos que reduzem a competitividade dos produtos de HPPC no mercado internacional”, comenta João Carlos Basílio, presidente-executivo da ABIHPEC.
Ele explica que 2022 se caracterizou pelos valores crescentes nas exportações de forma geral, o que também ocorreu com os bens de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. No entanto, o setor ainda tem muitos desafios. “Podemos observar que os bens exportados em sua maioria, tiveram crescimento em valores, enquanto o volume exportado registrou queda. Fatores internos, como custos operacionais para fabricação dos bens do setor, e influências externas, com relação a insumos, questões logísticas e inflação internacional impactaram na produção dos bens a serem exportados”, afirma.
O presidente-executivo acrescenta que em um cenário internacional desafiador como o atual, é importante que as autoridades promovam um ambiente mais favorável ao comércio exterior brasileiro, buscando estratégias para elevar a competitividade dos produtos nacionais. “No caso específico dos bens de HPPC, isso é fundamental para que nosso setor mantenha o superávit comercial nos próximos anos.”
Ele explica que uma agenda voltada para as exportações deve conter elementos que seguem pendentes de implantação total, como o Portal Único de Comércio Exterior com a integração dos órgãos anuentes e do Programa de Operador Econômico Autorizado (OEA) com a ampliação de participação dos principais órgãos intervenientes, para maior celeridade nos processos de exportação e importação.
Basilio destaca ainda a importância de buscar a redução de entraves internos e externos. “A revisão da Política Oficial de Financiamento às Exportações, a redução dos custos logísticos e a maior integração das cadeias produtivas são essenciais para garantir a competitividade das empresas brasileiras”.
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