Levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado em dezembro passado, aponta que sete em cada 10 fabricantes da indústria cosmética tiveram dificuldade para adquirir insumos e matérias-primas. Por conta da pandemia, o atraso na entrega de insumos vem afetando a cadeia produtiva do setor nos últimos anos.

Para lidar com essa escassez, as empresas têm encontrado soluções como alterar as fórmulas dos produtos e substituir algumas matérias-primas. O planejamento de produção e, logicamente, da compra de insumos também ajuda a driblar o problema.

Na busca por soluções que apoiem o desenvolvimento da indústria, a edição deste ano da FCE Cosmetique, maior feira do setor B2B da América Latina, traz pela primeira vez uma área exclusiva de matérias-primas dentro do pavilhão. Mais um impulso para um setor que não para de crescer.

As expectativas para o segmento de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos são positivas para 2022, segundo o sócio-líder do segmento de bens de consumo da KPMG, Aldo Cardoso Macri.

O mercado global movimenta aproximadamente 500 bilhões de dólares. A evolução da área de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos tende a fazer com que o setor ganhe ainda mais evidência, estimulando o consumo da população. “O destaque para este ano será as empresas que investem na sustentabilidade e que demonstram cuidado com o meio ambiente”, aponta Macri.

TENDÊNCIAS
O mercado de beleza continua sendo um dos principais setores no Brasil. De acordo com o Ranking Mundial de Consumo de HPPC da Abihpec/Euromonitor, o país é o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo, ficando atrás apenas para os Estados Unidos, China e Japão.

Segundo especialistas, é importante que o setor se atente a três principais tendências: ativos de origem vegetal e natural, as vendas online e as embalagens sustentáveis.

VEGETAL E NATURAL
Pesquisas de desenvolvimento biotécnico ajudam os ativos naturais a serem tão eficazes quanto os sintéticos, se destacando como uma importante matéria prima para cosméticos de alto desempenho e caindo no gosto dos consumidores, que priorizam produtos com origem natural, livre de sintéticos e químicos.

VENDAS ONLINE
De acordo com as Nações Unidas, as vendas pela internet aumentaram em mais de US$ 272 bilhões, de 2018 a 2020. No primeiro quadrimestre de 2021, um levantamento do Painel de Dados da ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) mostrou que o setor teve uma alta de 5,7% em vendas ex-factory em relação ao mesmo período do ano anterior. Destaque para o segmento de tratamentos capilares que manteve crescimento de dois dígitos, 18%.

Com praticidade, comodidade e promoções atrativas, o ambiente de compra online se tornou um importante canal para as marcas de beleza sobreviverem no período de pandemia. Apesar de estarem em casa, as pessoas não deixaram de consumir produtos de higiene e beleza.

Isso não significa que os espaços físicos devem ser deixados de lado. “Todas as categorias cresceram no ambiente digital, mas isso não quer dizer que o espaço físico está sendo deixado de lado. Os clientes ainda o consideram essencial. Por isso, é tão importante a criação de uma estratégia combinando vendas em espaços físicos e digitais”, afirma o executivo da KPMG.

SUSTENTABILIDADE
As empresas hoje em dia devem ir além de apenas entregar um produto de qualidade e promover uma boa experiência de compra e atendimento. Elas devem pensar nas mudanças de embalagens em seus planos de sustentabilidade.

Entre as soluções, o desenvolvimento de embalagens sustentáveis e reciclagem avançada são alternativas para reduzir o uso de plástico, assim como práticas para o descarte ideal e possibilidade de refis para os produtos.

Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/industria-cosmetica-inova-apesar-da-escassez-de-materia-prima/

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