“Me Mentality”, “Power to the People”, “Hyper Fatigue”, “International Localism” e “Intentional Spending” são as cinco principais tendências que afetarão os mercados mundiais de consumo em 2023, prolongando-se pelos próximos cinco anos ou até mais, afirma a Mintel.
O relatório Global Consumer Trends 2023, da Mintel, revela que ética e bem-estar mental são atualmente os dois principais motivos de preocupação dos consumidores. Num cenário mundial marcado por incertezas e crises sucessivas, a tendência é que os consumidores foquem naquilo que realmente é importante para eles.
Com base nos sete principais fatores que impulsionam o comportamento dos consumidores – identidade, direitos, meio ambiente, experiências, tecnologia, bem-estar e valor –, a Mintel aponta cinco grandes tendências:
Me Mentality (ou seja: “a prioridade sou eu”). Segundo a Mintel, em 2023 os consumidores terão vontade de dar mais atenção a si mesmos. A agência especializada em estudos de mercado constatou que, para 44% de representantes da geração Z nos Estados Unidos, encontrar maneiras de celebrar a si próprio é uma prática mais importante hoje do que era antes da pandemia de Covid-19.
“Nos últimos anos, os consumidores viveram mais voltados para a comunidade, relegando ao segundo plano suas próprias necessidades, de forma a priorizar a saúde e a segurança públicas. À medida que a pandemia vai ficando para trás, as pessoas desejam se dedicar mais a si próprias”, ressalta Simon Moriarty, Diretor da Mintel Trends EMEA.
Power to the People. Segundo a Mintel, as marcas precisam se adaptar a um novo modelo de consumidor, que passou a atuar também como coautor. Os consumidores estão investindo, participando ativamente do processo criativo e estimulando mudanças. As redes sociais mais populares, como o TikTok, priorizam a expressão individual, incentivando os consumidores a desenvolver e valorizar sua criatividade nos setores de beleza, moradia e alimentação. Para atender a essa demanda, é necessário que as marcas estejam atentas ao mercado, mas sempre posicionando a inovação como um elemento central entre suas prioridades.
Hyper fatigue. A acumulação de problemas como pandemia, aumento do custo de vida, crise energética, conflitos geopolíticos e desequilíbrio climático constitui uma fonte de estresse para os consumidores. Essa situação deve persistir por muito tempo ainda, gerando o sentimento de desânimo e impotência. A consequência é que, para tentar reduzir o estresse, os consumidores certamente vão buscar se conectar ao que realmente é importante para eles, diz a Mintel. “Os consumidores encontrarão sentido e reconforto na reconexão com o ambiente, com a comunidade e com si mesmos”, afirma Simon Moriarty.
International Localism. Para os consumidores, a compra de produtos locais é uma forma de autopreservação, seja no plano financeiro, ecológico ou psicológico, além de dar a eles a impressão de estar oferecendo uma contribuição positiva.
“Num cenário global de grande instabilidade, veremos ganhar vulto o desejo de proteger os recursos locais e as empresas nacionais. Contrachoque da pandemia, essa reação é também um reflexo de uma real mudança naquilo que os consumidores consideram importante”, comenta Simon Moriarty.
Intentional Spending. Diante da conjuntura econômica difícil, os consumidores buscam usar o dinheiro de maneira sensata, mas sem abrir mão da qualidade de vida. A Mintel ressalta que 45% dos consumidores americanos acostumados a comprar produtos cosméticos declararam ter renunciado a um produto ou uma marca habitual em razão do aumento dos preços observado neste último ano. Segundo a agência, fatores como polivalência, prazo de validade e sustentabilidade pesam cada vez mais no valor que os consumidores atribuem a um produto.
“Sabendo que os consumidores procuram comprar menos e ter produtos que, além de durarem mais, ofereçam diversas funções, a vida útil e a polivalência são critérios que merecerão atenção cada vez maior. Com o mercado saturado de produtos que prometem agregar valor, os consumidores estão ficando cada vez mais desconfiados e exigentes. Nos próximos cinco anos, é muito provável que surjam marcas com propostas específicas. As inovações que elas trarão podem oferecer soluções a desafios de longa data com os quais se deparam as indústrias, as nações e as comunidades das quais elas fazem parte”, conclui Simon Moriarty.
Fonte: https://www.brazilbeautynews.com/mintel-etica-e-bem-estar-dois-temas-primordiais,4517
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