Líder em sucos integrais no Brasil, a Natural One está operando no México desde o fim do ano passado. Seus produtos chegaram sem muito alarde às gôndolas da maior rede varejista em atuação no país, o Walmart, em dezembro. Até o fim de 2023, devem estar em pelo menos cinco mil lojas – incluindo unidades da Oxxo e da Sam’s Club.

A empresa, com sede em Jarinu (SP), estima que as vendas no México possam alcançar US$ 30 milhões em cinco anos – um dos três maiores mercados para os produtos da companhia, segundo projeções internas. Em 2023, a expectativa é de exportar 7 milhões de litros de sucos naturais e faturar US$ 5 milhões (mais de R$ 25 milhões).

A receita da Natural One cresceu 7% em 2022, para R$ 610 milhões – no Brasil avançou 30% para R$ 580 milhões. Pode chegar a R$ 800 milhões este ano e, a partir disso, bater R$ 1 bilhão em 2025. A tendência é que a operação internacional ganhe cada vez mais importância, representando mais da metade das vendas em 2025.

Além de o México ter grande potencial por si só, é também estratégico para a empresa se aproximar dos EUA. Há um ano, a Natural One desembarcou no Canadá.

“O mercado mexicano tem uma relação muito grande com o americano. Teremos compradores no México que dominam as vendas no Texas e que já falam em querer levar o produto para os EUA”, disse ao Valor Rafael Catolé, gerente-geral da área internacional.

Segundo ele, entrar nos EUA neste momento exigiria muito investimento em marketing. “É um mercado que consome marca. O dinheiro que teríamos que investir foi suficiente para entrarmos em três grandes mercados [além de Canadá e México, a marca também está na China].”

Produção de laranja
A redução drástica da produção de laranja nos EUA – em decorrência do greening e dos furacões – abriu espaço para o suco brasileiro nos mercados que antes eram abastecidos pelos americanos. Catolé acredita que expandir a operação para atender essa demanda é um caminho natural. “Nós vemos grandes marcas saindo de alguns mercados para focar em outros que estão abandonados, mas que têm um PIB per capita alto”, diz.

Dentro desse plano de expansão, o gerente-geral reforça que a ideia é continuar exportando suco brasileiro, e não originar a matéria-prima na América do Norte. Mesmo levando um mês para chegar no México, o produto chega fresco para o consumidor por causa do processo industrial adotado no Brasil.

“Nós desenhamos um projeto para aumentar a ocupação de contêineres. Antes, cabiam em média 18 mil litros. Agora, 25 mil litros. Além disso, os compradores entendem a nossa proposta de valor e aceitam esperar”, afirmou Catolé.

“Como há eficiência na gestão da cadeia, o pedido chega com 45 dias de antecedência e conseguimos garantir a quantidade que eles precisam na data que precisam”, acrescentou.

Fonte: https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2023/03/01/natural-one-estreia-no-mexico-e-ja-mira-mercado-dos-eua.ghtml

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *