Mais de 186 milhões de ações foram trocadas na terça-feira, a maior quantidade já registrada, de acordo com a Dow Jones Market Data
Os investidores encontraram a mais recente “ação meme” no corredor de maquiagem. As ações da Revlon subiram US$ 2,08, ou 34%, na Bolsa de Nova York, para fechar a US$ 8,14 na quarta-feira, alta de 650% em relação à mínima histórica da semana passada, com investidores individuais ajudando as ações da fabricante de cosméticos a ter sua melhor sequência de três dias após seu pedido de recuperação judicial em meados de junho.
As ações da Revlon subiram por três dias consecutivos, avançando 317% durante esse período — a melhor sequência de três dias já registrada, de acordo com dados desde fevereiro de 1996.
A atividade de negociação na Revlon aumentou desde as mínimas da semana passada. Mais de 186 milhões de ações foram trocadas na terça-feira, a maior quantidade já registrada, de acordo com a Dow Jones Market Data, e sete vezes o volume médio das ações nos últimos 30 dias, de acordo com a FactSet.
Cerca de 175 milhões de ações foram negociadas na quarta-feira. Entre os clientes da Fidelity, que são em grande parte investidores individuais, foi a segunda ação mais negociada na quarta-feira em termos de pedidos totais de compra e venda, depois da Tesla.
A atividade de opções vinculada à Revlon disparou. Mais de 210 mil contratos na Revlon foram negociados na quarta-feira, cerca de sete vezes o total dos primeiros cinco meses de 2022. A opção mais popular foi uma aposta de que as ações subiriam para US$ 10, segundo a FactSet.
Mais apostas de baixa foram feitas na Revlon do que em quase qualquer outra ação, de acordo com a Fintel, com cerca de 37% de suas ações disponíveis ao público atualmente vendidas a descoberto por investidores que apostam que cairão.
Ações fortemente vendidas a descoberto podem atrair investidores que apostam em um aperto curto, ou uma rápida alta no preço das ações que força os vendedores a descoberto a fechar suas posições, impulsionando as ações.
Esse montante de operações a descoberto, mais um valor de mercado de cerca de US$ 100 milhões em sua recente baixa, fez das ações da Revlon “uma candidata perfeita para o grupo de varejo mais especulativo”, disse a Vanda Research em relatório.
As ações da Revlon chegaram ao fundo do poço em 13 de junho, com o aumento das especulações sobre um possível pedido de recuperação judicial. Enfrentando uma dívida de aproximadamente US$ 3,3 bilhões, a fabricante de cosméticos entrou com pedido pelo Capítulo 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos (equivalente à recuperação judicial no Brasil) dois dias depois.
O salto nas ações da Revlon lembra a saga da Hertz Global Holdings em 2020. As ações da empresa de aluguel de carros caíram para uma baixa de US$ 0,56 depois que ela entrou com pedido de recuperação judicial, depois dispararam para US$ 5,50 duas semanas depois, impulsionadas por entusiasmo dos investidores pelas ações.
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