A belga Oleon, subsidiária do grupo francês Avril e líder global em oleoquímicos de base natural, fechou a compra da brasileira A. Azevedo Óleos, referência na fabricação de óleos vegetais e derivados, especialmente aqueles extraídos da mamona. As empresas não divulgam o valor do negócio e revelam apenas que a família que era dona da A. Azevedo se manterá como minoritária relevante.

O negócio sela a entrada da Oleon no Brasil, em movimento que faz parte da estratégia de expansão global e crescimento sustentável. A A. Azevedo, que foi assessorada pela IGC Partners no processo de venda, fatura anualmente US$ 80 milhões e conta com 250 funcionários. Agora, será controlada por uma empresa que fatura € 1 bilhão anualmente, com 1.200 funcionários e fábricas em sete países, além do Brasil.

A empresa brasileira tem capacidade de produzir 75 mil toneladas de óleos vegetais por ano, a base de palma, soja e, principalmente, mamona. Os produtos são matéria-prima para cosméticos, embalagens, fertilizantes, produtos de limpeza e tintas. Parte da produção, realizada em sua unidade industrial com mais de 30 mil m² em Itupeva (SP), já é exportada para Estados Unidos, França e países da América Latina, como Argentina, Chile, Colômbia e Peru.

O presidente da Oleon, Moussa Naciri, ressalta que, com a aquisição, a Oleon passa a ter acesso ao mercado sul-americano, enquanto a companhia nacional passa a ter a possibilidade de entrada em novos mercados.

Podemos usar a A. Azevedo como uma plataforma para desenvolver a Oleon na América do Sul. E podemos usar a Oleon para permitir que a A. Azevedo cresça internacionalmente”, ressalta Naciri, acrescentando que há produtos ligados à cadeia da mamona que são “extremamente importantes” em diversas aplicações.

Entre os exemplos, Naciri lembra óleos automotivos usados em diversos veículos na Europa, além de produtos farmacêuticos e cosméticos. “Trazemos esses materiais naturais e os transformamos em soluções de alta valorização”, afirma, acrescentando que a discussão ambiental é válida, mas os produtos da Oleon são competitivos sem subsídios. “Não estamos lá [no mercado] apenas porque somos verdes. Estamos lá porque trazemos funcionalidades que são muito importantes para o produto“, diz.

O grupo Avril, controlador da Oleon, é o quinto maior grupo agrícola da França, atua em 19 países, fatura € 8 bilhões por ano e conta com 8 mil funcionários. O presidente da Avril, Jean-Phillippe Puig, ressalta que a empresa é administrada por meio de um fundo criado por agricultores que ainda controlam a companhia e a meta, para 2030, é aumentar em € 200 milhões por ano o resultado do grupo.

Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2024/10/01/oleon-da-belgica-compra-a-brasileira-a-azevedo-oleos.ghtml

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