A intenção de compra, porém, caiu quando comparada ao quarto trimestre de 2021: o segmento de beleza e cosméticos recuou de 31% para os 25,7%

O segmento de cosméticos e perfumaria ocupa o terceiro lugar em intenção de compra no comércio eletrônico no quarto trimestre, de acordo com dados NielsenIQ/Ebit obtidos com exclusividade pelo Valor. A pesquisa indica que, apesar da queda de intenção de compra em relação ao mesmo período de 2021, as vendas devem seguir aquecidas.

Os produtos de moda foram os mais citados na lista de desejos dos consumidores, somando 28,7% das respostas, enquanto o segmento de alimentos e bebidas foi o vice-campeão, apontado por 26,8% dos entrevistados. Já os cosméticos e perfumaria, terceira resposta mais frequente, foram citados por 25,7%.

A intenção de compra, porém, caiu quando comparada ao quarto trimestre de 2021. O segmento da moda, que também foi campeão de respostas no ano passado, contava com participação de 35%, cerca de 6 pontos percentuais acima do registrado atualmente. Já o segmento de beleza e cosméticos recuou de 31% para os 25,7%, dando a vice-liderança para o setor de alimentos.

O desempenho mais fraco no comparativo anual não deve ser exceção. Dos 21 setores pesquisados pela Nielsen, apenas saúde e turismo conquistaram maior intenção de compra ante o quarto trimestre de 2021.

A resiliência da demanda pelo segmento de cosméticos, apesar do cenário macroeconômico, já vem sendo apontada nos últimos meses pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). As vendas no primeiro semestre cresceram 10%, impulsionadas pela categoria de maquiagem, com alta de 20%, e de perfumaria, com 16%.

A entidade ainda não consolidou os dados do terceiro trimestre, mas números preliminares indicam que o faturamento em agosto já superou o registrado em julho. O setor deve terminar o ano de 2022 com crescimento real de 4% a 5%.

Um dos principais fatores que deve sustentar as vendas no quarto trimestre deste ano é a desaceleração da inflação. Dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e compilados pelo Valor Data apontam que a inflação no mês de setembro ficou em 0,3%, ante 2,71% em agosto. No acumulado dos 12 meses anteriores, a inflação passou de 11,91% em agosto para 10,88% em setembro.

O Itaú BBA destaca, em relatório macroeconômico, que a deflação do segmento de saúde e cuidados pessoais foi de 0,57 ponto percentual em setembro. O indicador, porém, ficou levemente pior que as estimativas, que apontavam para deflação de 0,66 ponto percentual. O setor acompanhou a tendência do mês. A deflação oficial medida pelo IPCA foi de 0,29%, ante projeções de 0,37% dos analistas do banco.

A consultoria alemã Statista aponta que as vendas de cosméticos no Brasil somaram US$ 32,1 bilhões em 2020, quarto maior mercado global. A lista é encabeçada pelos Estados Unidos, com US$ 93,1 bilhões; China, com US$ 70,9 bilhões em vendas, e Japão, com US$ 38,8 bilhões.

Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/10/15/produtos-de-beleza-se-mantem-entre-principais-desejos-no-4o-trimestre-aponta-nielsen.ghtml

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