Tecnologia tem sido fundamental para possibilitar mais automação, redução na quantidade de materiais e desenvolvimento de soluções com propriedades cada vez mais avançadas
Embalagens cada vez mais sustentáveis: esse é um dos principais desafios da indústria alimentícia, com objetivo de colocar em prática sua agenda ESG. Nesta jornada, a tecnologia tem desempenhado papel fundamental, uma vez que possibilita mais automação, redução na quantidade de material aplicada e o desenvolvimento de materiais com propriedades cada vez mais avançadas.
“Não se trata apenas de buscar soluções mais amigáveis para o meio ambiente, mas sim de prolongar a vida dos alimentos, diminuir desperdício e fazer uso otimizado de todos os recursos investidos na produção dessas embalagens”, afirma Caio Prado, líder de sustentabilidade e assuntos regulatórios da Sealed Air, empresa especializada na fabricação de embalagens.
Segundo ele, uma das tendências é a criação de alternativas personalizadas, permitindo que as linhas de produção sejam mais eficientes. “Hoje, é possível contar com o apoio de equipamentos de última geração capazes de atender necessidades específicas. Inclusive, levando em conta a otimização do uso de materiais durante o processo e garantindo que apenas a quantidade necessária seja aplicada”, esclarece o executivo. Prado reforça ainda que a Sealed Air tem o compromisso de, até 2025, fazer com que todas as suas soluções de embalagens sejam 100% recicláveis e produzidas com, em média, 50% de conteúdo reciclado ou renovável.
O especialista listou as tendências que já estão sendo observadas na indústria de embalagens e seus benefícios com relação à sustentabilidade. Confira:
1 –Embalagem desenhada para a Reciclagem (“Recycle-Ready”)
Projetar embalagens para serem recicladas certamente é imperativo para garantir um futuro mais sustentável. Os materiais “Recycle-Ready” são 100% compatíveis com os fluxos de reciclagem LDPE/RIC4 e oferecem uma barreira EVOH para maior proteção e desempenho do produto.Os produtos “Recycle-Ready” são testados conforme protocolos internacionais como Association Plastics Recyclers (APR) e Plastics Recyclers Europe (PRE).
Empresas e/ou governos que pretendem se adequar às novas políticas de sustentabilidade envolvendo a reciclabilidade de material plástico podem ser favorecidos pela utilização de um material RIC4. Nesse caso, pode ocorrer uma redução da taxação em comparação com um material classificado como RIC7, além de ajudar de forma mais efetiva na reciclagem dos materiais. “Vale lembrar que o grau de reciclabilidade varia de acordo com o escopo e a disponibilidade dos programas de coleta, classificação e reciclagem de filmes flexíveis”, afirma Prado.
2 – Automação dos processos de embalagens
A automação nos processos de embalagens e armazenamento de produtos pode reduzir o desperdício de materiais. Isso porque equipamentos de última geração possuem capacidade de otimizar o uso de material de embalagem durante o processo, garantindo que se aplique somente a quantidade necessária de recursos.
Integrar automação com os processos digitais fornece aos clientes transparência de dados nas operações e rastreabilidade de produtos, ao mesmo tempo em que melhora os benefícios de sustentabilidade, evitando contaminação, reduzindo a quantidade de materiais empregados na proteção de produto, danos e o desperdício de alimentos.
Outro ponto relevante onde a automação ajuda é a preocupação dos consumidores sobre a contaminação ao longo do processo de manuseio dos alimentos, o que leva à necessidade de limitar os pontos de contato sempre que possível em toda a cadeia de suprimentos.
Tecnologias de embalagem de alta qualidade, como filmes com barreira, vedação a vácuo ou atmosfera modificada, podem garantir muito mais frescor aos alimentos em comparação à exposição no balcão. E, para muitos varejistas, eliminar o corte fresco e a operação de embalagem em loja pode ajudar a otimizar um espaço precioso.
3–Aumento do conteúdo reciclado ou de fonte renovável em embalagens
“Atingir a meta de fazer com que as soluções de embalagens sejam 100% recicláveis e produzidas com, em média, 50% de conteúdo reciclado ou renovável até 2025 não é tão simples quanto trocar um fornecedor por outro. Em primeiro lugar, o conteúdo reciclado deve ser avaliado e adequado ao uso que se pretende dar àquela embalagem”, afirma o executivo.
Ele esclarece que materiais usados em contato direto com alimento seguem regulamentações específicas, o que, muitas vezes, inviabiliza a utilização de conteúdo reciclado. “Em segundo lugar, devemos estar atentos à origem do material reciclado para evitar a contaminação dos processos envolvidos, garantindo adequação à política de química responsável. “Por fim, devemos trabalhar para alavancar parcerias com diversos stakeholders para melhorar a infraestrutura local de reciclagem, separação adequada de materiais, e investimentos em tecnologias de reciclagem avançada (reciclagem química)”, finaliza Prado.
Ele conta que a companhia trabalha agora em soluções com espessuras reduzidas, ou seja, que utilizam menos material sem comprometer a barreira de proteção do alimento. Além disso, vem incorporando resinas recicladas sempre que possível seguindo regulamentações locais e boas práticas de manufatura, e desenvolvendo soluções feitas a partir de materiais de fonte renovável.
“Um bom exemplo são as várias soluções de embalagem de produtos com papel ajudam a reduzir o impacto ambiental diretamente, já que se trata de um produto facilmente reciclável e reaproveitável. No entanto, elas estão diretamente ligadas às necessidades específicas de cada produto: por exemplo, os envelopes de papel são ideais para produtos pequenos, com muito pouco risco de danos.
4 –Embalagens Inteligentes (“SmartPackages”)
Uma embalagem inteligente pode atender às necessidades operacionais, de marketing e de aprimoramento da marca, conectando consumidores a fabricantes, e varejistas a processadores. Ela cria transparência por meio de dados, análises e aprimora a reputação da marca através de abordagens personalizadas com o consumidor.
Com os ventos da tecnologia soprando a favor, existe a tendência das marcas personalizarem suas embalagens para atender o consumidor de forma ainda mais ampla.
“Isso é fundamental para que as empresas maximizem suas vendas, pois a interação cria uma ponte entre o consumidor e as marcas. Mas a estratégia é essencial para conquistar os mais jovens”, afirma o executivo da Sealed Air. Para ele, as práticas de sustentabilidade como um todo serão cruciais para determinar a escolha por uma marca ou outra. Logo, as embalagens mais cativantes aliadas às causas ligadas ao meio ambiente farão toda a diferença.
Por último, não podemos esquecer que as embalagens são essenciais para garantir a sustentabilidade de toda a cadeia produtiva. São ela que irão assegurar que todos os esforços e energias empregados no desenvolvimento e produção de um produto não serão desperdiçados, garantindo que os mesmos cheguem com máxima qualidade até o seu destino final.
Fonte: https://foodinnovation.com.br/quatro-tendencias-sustentaveis-para-embalagens-de-alimentos-em-2023/
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