Marca desenvolve biocosméticos a partir de insumos produzidos de forma sustentável por pequenas famílias da região serrana de Santa Catarina.
A Serra Catarinense é a região mais fria do Brasil. Formada por quase 20 munícipios, com campos de altitude, florestas e grandes cânions, ela é também o ponto de partida da história da Maitá Cosméticos. Fundada em 2022, a jovem marca desenvolve biocosméticos a partir de insumos produzidos na localidade.

“A Serra Catarinense é um achado para indústria de cosméticos”, diz Leliano Corrêa, fundador e CEO da empresa. “Concentrando as montanhas mais altas do Brasil, em um país majoritariamente tropical, ela se diferencia pelo seu microclima. Ela atrai admiradores do frio – e até de neve – durante todo o ano e é responsável pela produção de insumos nativos, que são exclusivos da região”.

“Filho da terra”, o empresário conta que cresceu apreciando tudo o que era cultivado na Serra Catarinense. “Os ingredientes que utilizamos na Maitá são parte das minhas experiências e da minha história pessoal. Quando decidi explorar a transformação desses insumos em cosméticos, busquei a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde dedicamos dois anos à pesquisa e ao desenvolvimento dos ativos”.

Goiaba serrana, erva mate e mel negro
Entre as matérias-primas empregadas na composição dos produtos estão a goiaba serrana, rica em flavonoides, vitaminas C e E, taninos e zinco, que é usada para o fortalecimento capilar e nutrição e proteção da pele; a erva mate, que apresenta polifenóis e cafeína, para a revitalização da pele; e o mel negro, antioxidante e anti-inflamatório, que vem da polinização da flor da bracatinga feita por abelhas nativas da altitude da Serra Catarinense.

Mesmo sendo conhecida nacionalmente, a maçã também é explorada no desenvolvimento da linha da marca, já que São Joaquim, no coração da Serra Catarinense, é a capital nacional da fruta. “Sinônimo de limpeza e autocuidado, o fitoglicerinado exclusivo da Maitá é rico em pectina, taninos e ácido málico orgânico, e trabalha na hidratação capilar e corporal”, explica Corrêa.

Toda a matéria-prima é proveniente de fontes sustentáveis e adquirida de pequenas famílias produtoras na região, como ressalta o executivo. Ele também revela que outros insumos já são estudados. “Nossa pesquisa sobre novos ingredientes sempre está acompanhada de estudos sobre a cultura e a escala produtiva, o que torna essa tarefa contínua e sem fim. Atualmente, estamos na fase final do desenvolvimento de duas linhas faciais, uma delas com resveratrol patenteado por nós, que é extraído de uvas da região serrana, e a outra é feita a partir de arroz cultivado em Jaraguá do Sul”.

Popularização do bioma e expansão da Maitá
Diferentemente de outros biomas bastante explorados pela indústria de cosmético, como a Amazônia e o Cerrado, a Serra Catarinense é praticamente desconhecida no segmento, mas Corrêa acredita na mudança breve desse cenário. “Nos últimos anos, a região tem recebido investimentos que visam o turismo sustentável, gastronômico e acessível. Com o aumento de turistas, os insumos nativos devem ganhar destaque e competir não só no mercado de cosméticos, mas de outras indústrias que tenham um olhar atento ao futuro sustentável e ainda pouco explorado”.

O fundador da marca conta que, por chegar ao mercado logo após a pandemia de Covid-19, a Maitá teve um plano de expansão cauteloso, mas os resultados animaram. “Em 2023, superamos as expectativas com um faturamento de R$ 420 mil em nosso único ponto físico em Balneário Camboriú (SC), um crescimento de 75% em comparação com o primeiro ano”.

Para 2024, a meta é chegar a 250 pontos de vendas em todo o Brasil, além de abrir um segundo ponto físico em Santa Catarina. “Estamos presentes no ambiente digital com e-commerce e em diversos marketplaces de beleza e é com a expansão B2B que esperamos alcançar o maior crescimento, com planos de aumentar em 150% até o final de 2024”, finaliza Corrêa.
 

Fonte: https://www.brazilbeautynews.com/serra-catarinense-e-um-achado-para-industria-de,5013

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