Resultado é explicado por um desempenho frustrado das lojas físicas e uma base de comparação forte de 2020

Nota foi corrigida no segundo parágrafo para informar que o recuo de 8% nas vendas em mesmas lojas no terceiro trimestre deste ano é em relação ao terceiro trimestre de 2020, e não de 2019.

Ao contrário do que a administração da varejista Magazine Luiza previa, o cenário macroeconômico se deteriorou ao longo do ano, apesar do avanço da vacinação. Com isso, a expectativa de retomada das vendas em lojas físicas se frustrou: na comparação com 2020, as vendas em mesmas lojas caiu 8%.

Esse panorama e a base de comparação de 2020, quando a empresa teve seu melhor resultado histórico, ajudam a explicar a queda de 30% no lucro líquido contábil da companhia, que somou R$ 143,5 milhões.

Se considerados itens não recorrentes, o lucro líquido recuou 89,5%, para R$ 22,6 milhões. A empresa explica que esse recuo se deve à queda de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) por conta de pressão nas margens e também a um aumento expressivo das despesas financeiras com a Selic, que subiu expressivamente do terceiro trimestre de 2020 para o mesmo período de 2021.

O Ebitda caiu 75% no período, para R$ 134,8 milhões, e a margem Ebitda ajustada passou de 6,8% no terceiro trimestre de 2020 para 4,1% agora.

A receita líquida ficou praticamente estável, avançando 3,6%, para R$ 8,61 bilhões. O custo total cresceu 5,8%, para R$ 6,48 bilhões, levando o lucro bruto a uma queda de 2,3%, para R$ 2,13 bilhões.

“O que aconteceu na prática foi a saída da segunda onda da pandemia com cenário macroeconômico mais difícil e que provavelmente vai continuar”, diz o presidente da rede, Frederico Trajano.

Embora o canal digital tenha se mostrado resiliente, as lojas físicas são, ainda, a operação mais rentável para o grupo e, mais expostas ao público de menor renda, são o canal que mais sofrem no momento de pressão inflacionária e deterioração da renda.

As vendas totais brutas da companhia cresceram 12% na base anual, atingindo R$ 13,8 bilhões. Esse avanço, explica o executivo, foi especialmente impulsionando pelo marketplace, cuja receita somou R$ 3,5 bilhões, 67% mais do que um ano antes. “Vemos crescimento no canal em que mais estamos apostando”, diz Trajano.

O 3P, como é chamado o marketplace, tem sido a força propulsora do on-line, de acordo com o executivo. A vantagem, segundo ele, é que o 3P contempla crescimento com novas categorias, enquanto o 1P ainda é mais focado em bens duráveis, que vivem também um momento mais desafiador de vendas.

Para seguir crescendo no marketplace a principal aposta do grupo é digitalizar o “seller” (vendedor) analógico. Com isso, além de aumentar a oferta em mais categorias, a empresa espera ter uma malha de sellers mais regionais, que possam atender consumidores em mais diversas regiões com prazos e custos de entrega mais baixos.

Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2021/11/11/magazine-luiza-registra-queda-de-30percent-no-lucro-do-trimestre.ghtml

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